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Abstract:
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A busca por fontes de energia renováveis desenvolveu um interesse na pesquisa na área de biocombustíveis, com a biomassa lignocelulósica surgindo como uma matéria-prima promissora e de baixo custo. A casca de soja, um subproduto abundante da indústria alimentícia, é notável por sua rica composição de polissacarídeos. O objetivo deste estudo foi otimizar o processo de sacarificação enzimática da casca de soja crua, para não existir mais a necessidade de pré-tratamento, e isso foi realizado avaliando diferentes variáveis de processo. A investigação se concentrou nos efeitos da autoclavagem, carga de sólidos e formulação de coquetel enzimático. Os resultados demonstraram que a etapa de autoclavagem, usada para esterilização, conferiu um benefício secundário inesperado, agindo como um pré-tratamento hidrotérmico suave, que resultou em um aumento de aproximadamente 21% na concentração final de glicose, atingindo 19,4 g/L, em comparação ao experimento não autoclavado (16,0 g/L), enquanto a produção de xilose permaneceu estável. Além disso, a análise de carga de sólidos revelou um comportamento complexo; embora uma maior concentração de biomassa (LSR 10) tenha levado a uma maior concentração final de glicose (29,99 g/L), a eficiência geral da conversão foi comprometida, com uma redução drástica na produção de xilose (4,0 g/L). Finalmente, a otimização enzimática revelou uma sinergia notável com a adição de Pectinase Ultra Top, aumentando a produção de glicose para 40,53 g/L e a produção de xilose para 18,3 g/L, enquanto a inclusão de proteases e uma oxidorredutase resultou em efeitos neutros ou antissinérgicos. Os resultados provam uma viabilidade técnica da casca de soja como matéria-prima para a produção dos açúcares fermentáveis, dessa forma destacam a importância de uma abordagem multifatorial para, assim, superar os desafios biofísicos e bioquímicos na busca por um processo economicamente favorável. |