Abstract:
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Neste trabalho, analisamos a formação inicial de professores das Séries Iniciais do Ensino Fundamental a partir dos cenários educacionais desenhados nas diretrizes emanadas dos planos nacionais e no contexto do Programa de Formação Continuada da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, implantado em 2000. A formação continuada de docentes é aqui entendida como um processo sistemático e contínuo de construção de uma concepção de ensino e de identidade profissional. A investigação se pauta em estudos para a elaboração de uma matriz curricular que possibilite o aprender a aprender e o sentir o processo da própria criação, aonde as diversas áreas do conhecimento podem estar interligadas pela consciência de sua integração e pelo intercâmbio de idéias. Apresenta argumentações com base em referenciais teóricos na área da formação docente, nas diretrizes nacionais para esta formação e no paradigma da complexidade como uma das possibilidades de se analisar os limites tênues entre o sujeito pesquisador e o objeto a ser observado. Descrevemos e analisamos Atividades Curriculares desenvolvidas em sala de aula, pautadas pelos seguintes princípios: investigação da própria prática docente, pela identificação dos significados das relações entre metodologia do ensino e seus resultados, elaboração de um conhecimento da integração, reflexão das experiências desenvolvidas e das atividades de intervenção que possibilitam ao professor avançar dos esquemas práticos para esquemas estratégicos por meio da ação reflexiva. A pesquisa foi realizada na Universidade do Vale do Itajaí - Campus de Piçarras (SC), com 149 os(as) acadêmicos(as) do 5º Período do Curso de Pedagogia, na disciplina de Fundamentos e Metodologia do Ensino de Ciências Naturais. Caracteriza-se como um estudo de caso, no qual, explicitamos momentos significativos, limites e possibilidades vivenciados no decorrer de cinco sementes letivos configurados como espaço de desenvolvimento do pensamento e da ação. O conhecimento da integração desenha-se assim, não somente como uma outra forma de ensinar e aprender diferentes saberes, compreendendo-os de forma relacional, mas como a possibilidade de ver algo que ainda não foi visto, de mudar o modo de olhar, dando-nos conta de coisas e situações que às vezes estão à nossa frente, mas que não percebemos porque estamos presos a um determinado padrão mental. Sem pretender propor algo solucionador para a organização de uma matriz curricular capaz de instrumentalizar o(a) acadêmico(a) para o exercício de ser professor(a), o conhecimento da integração prescinde da articulação de várias áreas do conhecimento, do trabalho coletivo planejado em nível institucional e integrante do Projeto Pedagógico, no qual a síntese dialética fortalece o todo, dinamiza as partes, tolera a diversidade, lida com a adversidade, estabelece relações de solidariedade e organiza espaços e tempos para além dos formais, num trabalho de intervenção que tenha compromisso com a transformação e com o sentido de pertencimento. |