A percepção de defesa do Japão no ciberespaço

Abstract

O Japão vem desenvolvendo com veemência seu setor de defesa cibernética desde 2011, ano em que os ciberataques mais severos contra o país foram registrados. A partir desse momento, observou-se no Japão não só uma mudança estrutural nas agências e órgãos governamentais que tratam do tema, como também uma mudança política ampla envolvendo sua segurança e defesa cibernéticas. Esta dissertação, a partir de um estudo de caso hipotético-dedutivo, pretende aclarar como o Japão configura-se em termos de defesa no ciberespaço, haja vista a estrutura securitária que o país e demais agentes estão inseridos. Desse modo, inicialmente apresento o teatro de segurança que o Japão está inserido em sua região e como esse foi formado, para posteriormente abordar como a segurança cibernética surgiu e se encaixa nesse mesmo contexto securitário. Concluí que a ciberdefesa japonesa, nesse sentido, tem evoluído gradualmente e hoje é composta de três fundamentos de atuação, que focam na (1) proatividade política japonesa, que funciona em respeito aos limites constitucionais do país; na (2) público-privatização da ciberdefesa japonesa, muito por conta da necessidade de proteção das infraestruturas críticas nacionais que fazem parte do setor privado; e no (3) multilateralismo internacional do país para expansão de sua defesa cibernética e estabelecimento de normais internacionais que envolvam o ciberespaço, o que atualmente não existe.

Abstract: Japan is vehemently developing its cyberdefense sector since 2011, the year that the most severe cyberattacks against the country were registered. Since this moment, it has been observed in Japan not only a structural change in the governmental agencies and bodies that deal with the theme, but also a broad political change involving its cyber security and defense. This dissertation, through a hypothetical-deductive case study, intends to clarify how Japan is set in terms of defense in cyberspace, taking into account the security framework that Japan is inserted in its region and how it was formed, in order to address how cybersecurity emerged in Japan and how it fits in this preexisting security context. I concluded that the Japanese cyberdefense has gradually evolved and today is composed by three principles of action, which focus on the (1) Japanese political proactivity, which respects the country's constitutional limitations; on the (2) public-privatization of its cyberdefense, largely due to the need to protect national critical infrastructures that are part of the private sector; and on the (3) international multilateralism of Japan that intends to expand its cyberdefense and to establish international norms involving cyberspace, which do not exist in the present.