Currículo de 2021 da Licenciatura em Química na UFSC/campus Florianópolis e seus possíveis reflexos na formação inicial de professores

Abstract

Os cursos de formação inicial de professores têm sido diretamente afetados pelas alterações das políticas educacionais brasileiras desde 2016, as quais têm causado um impacto significativo na estrutura da Educação Básica. Para investigar os possíveis reflexos dessas alterações na formação inicial de professores, com foco no curso de Licenciatura em Química da UFSC, campus Florianópolis, foi realizada uma pesquisa qualitativa nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de 2015 e 2019, no Projeto Pedagógico do Curso (PPC) em estudo de 2008 e 2021, e ainda, com olhar para a bibliografia especializada, foi pesquisado o que os autores discutem sobre o tema. Com base na análise realizada, a implementação da BNC-Formação, presente na Resolução CNE/CP nº 2 de 2019, fragiliza os avanços alcançados pela Resolução CNE/CP nº 2 de 2015, que ainda estava em fase de implementação. As novas DCNs priorizam a pedagogia das competências, negligenciando a formação de professores e reduzindo a qualidade da formação docente. Essas mudanças descaracterizam os Cursos de Licenciatura, limitam a autonomia das universidades na organização curricular e representam um retrocesso nas políticas educacionais. A implementação das novas DCNs resultou em um novo currículo de Licenciatura em Química na UFSC, campus Florianópolis, que reduziu a carga horária de disciplinas obrigatórias, extinguiu atividades acadêmicas científico-culturais e impôs horas de extensão obrigatória. Movimentos importantes no campo da educação estão lutando pela revogação das atuais políticas educacionais e a retomada da Resolução de 2015, reconhecendo o papel crucial do professor na educação e no progresso da sociedade.