Alterações eletrocardiográficas em pacientes pós COVID-19

Abstract

INTRODUÇÃO: O quadro agudo de COVID-19 pode acometer o sistema cardiovascular. Sintomas cardiovasculares se evidenciam na sintomatologia da doença atual, assim como representam sequelas que podem atingir parcela da população anteriormente infectada por COVID-19. A COVID longa representa a persistência sintomatológica reflexa à infecção prévia e o eletrocardiograma é uma ferramenta que permite a identificação das possíveis alterações reacionais ao acometimento cardíaco decorrente da infecção viral. OBJETIVO: O presente trabalho visa identificar a frequência da presença de alterações eletrocardiográficas em pacientes pós COVID-19, definir suas prevalências e correlacioná-las aos fatores sociodemográficos, presença de sintomas e a comorbidades. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal que analisou dados de pacientes pós COVID-19 do Extremo Sul Catarinense. Os dados de 100 participantes foram processados pelo Stata 14.0, categorizados para análise por meio da Regressão Logística Binária, com resultados acerca da caracterização da amostra, frequência das alterações eletrocardiográficas, prevalência por categoria da amostra e associação entre fatores. O intervalo de confiança (IC) definido para análise foi de 95%. RESULTADOS: Pelo menos uma alteração eletrocardiográfica foi encontrada em 46% dos participantes deste estudo. O Distúrbio de Condução do Ramo Direito (DCRD) e alterações na repolarização foram as alterações de maior frequência. A prevalência de alterações eletrocardiográficas foi maior no sexo feminino, pretos, amarelos e indígenas, com comorbidades e sintomas cardiopulmonares. Com associação de risco (OR 2,64, p 0,05) para sexo feminino.

INTRODUCTION: The acute disease of COVID-19 can affect the cardiovascular system. Cardiovascular symptoms can be evidenced in the symptomatology of the current disease, they can also represent after-effects that can reach part of the population previously damaged by the COVID-19. The Long COVID represents the symptom persistence reflexive to the previous infection and the electrocardiogram is a tool that allows the identification of the possible rational changes to the cardiac involvement from the viral infection. OBJECTIVE: This work aims to identify the frequency of electrocardiographic changes in Post-COVID patients, define their prevalence and correlate them to sociodemographic elements, presence of symptoms and comorbidities. METHODOLOGY: The cross-sectional study analyzed data from post COVID-19 patients from the extreme south of Santa Catarina. The data of 100 patients were processed by the Stata 14.0, categorized for analysis through the Binary Logistic Regression, with results about the sample characterization, frequency of electrocardiographic changes, prevalence by sample category and association between factors. The confidence interval set for analysis was 95%. RESULTS: At least one electrocardiographic change was found in 46% of the participants in this study. Conduction disturbances, particularly right bundle branch, and modifications in the repolarization were the most frequent changes. The prevalence of electrocardiographics changes was higher in females, black, yellow and indigenous people, with comorbidities and cardiopulmonary symptoms. With risk association (OR 2,64, p 0,05) for the females.