Radicalização do projeto educacional do Capital: a reforma do EM e a BNCC direcionando a formação de jovens trabalhadores

Abstract

A presente pesquisa teve como objetivo compreender as determinações do Capital para a formação da juventude da classe trabalhadora, analisando a Reforma do Ensino Médio e a BNCC como expressões do projeto educacional do Capital via escola pública de Ensino Médio, vinculados com a demanda produtiva de Capital na formação para o trabalho. Consideramos, ainda, as determinações formativas no que tange, concomitantemente, à conformação ideológica de trabalhadores estáveis para o Capital mesmo diante da instabilidade de suas vidas, tendo como base de análise, as alterações nas configurações de organização do trabalho a partir das novas formas de produção e no conteúdo formativo e de conhecimento da escola. A problemática da pesquisa partiu das seguintes questões: que alterações motivaram a radicalização do projeto educativo do Capital para a juventude? Quais elementos possibilitaram e como se efetiva essa radicalização? Qual é o papel da Reforma do Ensino Médio e da BNCC no projeto de formação da juventude da classe trabalhadora? Esse conjunto de problematizações nos auxilia para compreender o problema de pesquisa, a saber: de que maneira a reforma do EM e a BNCC interferem na formação dos jovens trabalhadores? Qual é o papel das competências cognitivas e socioemocionais no projeto educacional do Capital para jovens da classe trabalhadora? Levantamos a hipótese de que a Reforma do Ensino Médio e a BNCC, com a introdução das competências cognitivas e socioemocionais, representam uma radicalização do projeto educacional do Capital direcionando a formação da juventude da classe trabalhadora às necessidades de produção e reprodução de Capital. A partir da alteração do currículo, a escola reforça seu papel ideológico, conformando um trabalhador estável para o Capital na instabilidade da produção de sua existência. O estudo foi feito por meio de pesquisa bibliográfica e análise de documentos. A radicalização do projeto educativo do Capital, expressos na Reforma do EM e na BNCC, por meio do desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais para a juventude da classe trabalhadora tem como propósito formar o jovem trabalhador flexível bem como para se adaptarem às reais situações da vida, com uma carga de conformismo às precárias condições de vida da classe trabalhadora.

Abstract: The research aimed to understand the objective of Capital for the formation of working-class young people, analysing the Secondary Education Reform and the BNCC as expressions of the Capital's educational project via public high school, linked to the productive demand for Capital in training for work. We also consider the formative intentions regarding, concomitantly, the ideological conformation of workers for Capital even in the face of the instability of their lives, based on the analysis, the changes in the configurations of work organization from the new forms of production and in the educational and knowledge content of the school. The research problem stemmed from the following questions: what changes motivated the radicalization of Capital's educational project for youth? What?s elements make this radicalization possible and how is it effective? What is the role of the High School Reform and the BNCC in the training project for working-class youth? This set of problematizations help us to understand the research problem, to understand: How does the EM reform and the BNCC interfere in the training of young workers? What is the role of cognitive and socio-emotional skills in Capital's educational project for working-class young people? We raise the hypothesis that the Secondary Education Reform and the BNCC, with the introduction of cognitive and socio-emotional skills, represent a radicalization of the educational project of Capital directing the formation of working-class youth to the needs of production and reproduction of Capital. From the alteration of the school curriculum, the school to show its ideological role, forming a stable worker for Capital in the instability of the production of its existence. The study was carried out through bibliographical research and document analysis. The radicalization of Capital's educational project, expressed in the EM Reform and in the BNCC, through the development of cognitive and socio-emotional skills for working-class youth, aims to train young workers to be flexible as well as to adapt to real life situations, with a load of conformism to the precarious living conditions of the working class.