Religiosidades em coleções de livros didáticos de história: história, sociedade e cidadania (2013) e nova história integrada (2015)

Abstract

O Livro Didático é uma ferramenta fundamental na prática docente, ele tem no Brasil a diretriz dada pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) e tem dentro de seu projeto analisado neste trabalho a função de trabalhar questões étnico raciais inerentes a pluralidade cultural brasileira. Este trabalho analisa as coleções Nova História Integrada e História Sociedade e Cidadania presentes no PNLD 2015 sob o viés da religiosidade dos povos abordados, com a intenção de demonstrar a colonialidade das mentes; como a influência de uma historiografia eurocêntrica ainda é predominante dentro dos livros didáticos; e como as religiosidades dos diferentes povos apresentados são tratadas nas coleções. Analiso estas coleções didáticas pela perspectiva da decolonialidade, me apoiando fundamentalmente em autores como Franz Fanon, Catherine Walsh, Homi Bhabha, Arturo Escobar, Walter Mignolo e Stuart Hall; na análise de Livros Didáticos há aproximação do método de abordagem de Circe Bittencourt e Kazume Munakata. Em ambas as coleções, a história dos povos oprimidos tem pouca expressão em comparação com a história europeia e eurocentrada; as discussões sobre exploração e opressão durante o período colonial são suprimidas; a cultura e as religiosidades têm diferentes espaços, minimizando as Áfricas e as Américas, homogeneizando-as e até justificando o caráter civilizador do colonizador.

Abstract : The textbook is a fundamental tool for teaching. In Brazil, it has the guideline by the National Plan of the Didactic Book (PNLD); in its project analyzed in this research work there is the function of working with racial and ethnic issues inherent in Brazilian cultural plurality. This research analyzes the collections Nova História Integrada and História Sociedade e Cidadania from the PNLD 2015 under the bias of the religiosity how the peoples addressed are intended to demonstrate the coloniality of minds; the influence of the still predominant eurocentric historiography in the textbooks; and how are treated the religiosities of the different peoples presented in the collections. I analyze the collections by the decolonial perspective, supporting myself fundamentally in authors like Franz Fanon, Catherine Walsh, Homi Bhabha, Arturo Escobar, Walter Mignolo and Stuart Hall, and Circe Bittencourt and Kazuma Munakata which method is approximated in the analysis of the textbooks. In both collections the history of the oppressed peoples have a little expression compared to the European and eurocentered history; the discussions on exploitation and oppression during colonial age are suppressed; the culture and religiosities have different spaces, minimizing the Africas and as Americas, homogenizing them and even justifying the civilizing character of the colonizer.