Andarilhagens de professorxs: práticas de resistências negras na escola pública em Pelotas - RS

Abstract

Nesta tese de doutorado a tecitura se constrói de uma forma outra de elaborar pesquisas, sendo a voz da pesquisadora e dxs narradorxs conjuntamente constituintes do texto. O intuito é mostrar que na escola estão acontecendo práticas de resistências negras, ou seja, educadorxs trabalhando contra o racismo e outras formas de opressão e, também, em sua autoformação. Respondendo assim ao problema da pesquisa que pretende visualizar se há iniciativas, realização de trabalhos na escola que visem a erradicação do racismo e promova à educação das relações étnico-raciais. Para visualizarmos estas práticas de resistências negras, que foram apresentadas e compartilhadas ao longo de dez edições do ?Encontro sobre o Poder escolar? (2000 a 2010) foi trazida a opção monadológica, a qual utiliza a fala dxs narradorxs para trazer suas memórias e experiências, de maneira a dialogar com as teorias apresentadas pelxs parceirxs teóricxs. Sendo essxs: Walter Benjamin, no que tange ao trabalho com memórias, experiências, narração e criação de mônadas; o educador brasileiro Paulo Freire permeia toda esta construção, com o conceito de práxis, como as práticas de resitências negras, a ideia de educação, ouvir a voz dxs narradorxs e dialogar com, fazer junto; e, para defender este modo outro de ser e estar no mundo, esta escolha de vida, xs autorxs decoloniais como Catherine Walsh, trabalhando com interculturalidade crítica; Aníbal Quijano, tomando a raça como centralidade do poder mundial; Arthuro Escobar, brindando-nos com formas outras de se construir pesquisas; Edgardo Lander, com as colonialidades; Nelson Maldonado-Torres, Santiago Castro-Gomes e Ramón Grosfoguel com o giro decolonial e a formação deste pensamento, assim como de tantxs outrxs. Além de parcirxs que defendem a criação de uma educação, por consequência uma sociedade antirracista, Djamila Ribeiro, Sílvio Almeida, Eliane Cavalleiro, Kabengele Munanga, Nilma Lino Gomes e outrxs. Dessa forma, com o objetivo de visualizar práticas de resitências em salas de aulas, que vizem a valoração e a presença negra na sociedade brasileira, responder ao problema trazendo esses trabalhos a conhecimento de um maior número de pessoas, além dxs participantes dos encontros, a metodologia de construção com xs narradorxs e os aportes teóricos foi se escrevendo o desenho-texto desta tese. Sendo assim, no primeiro capítulo trago explicações das opções realizadas e defendidas ao longo do texto. No segundo capítulo exponho o contexto de toda pesquisa, as andarilhagens da pesquisadora, da pesquisa, da temática e a apresentação dxs narradorxs. O terceiro capítulo é dedicado as andarilhagens no e do detonador da pesquisa o ?Encontro sobre o Poder Escolar?. O quarto capítulo traz as andarilhagens dxs narradorxs, suas memórias e experiências narradas, na vida, na escola. E, para não concluir, e sim, fechar um ciclo, o quinto capítulo traz saberes construídos nestas andarilhagens.

Abstract: In this doctoral thesis, the plot is raised in a different way to elaborate research, being the researcher´s voice constitutive of the text, along with the narrators. The aim is to demonstrate that black resistance practices are taking place in the school, that is, educators working against racism and other forms of oppression and also in their self-education. Responding thus to the research problem that intends to visualize if there are initiatives, carrying out works in the school that aim to eradicate racism and to promote the education of ethnic-racial relations. In order to visualize these black resistance practices, which were presented and shared over ten editions of the ?Meeting on School Power? (2000 to 2010), the monadological option was brought up, which uses the speech of the narrators to bring their memories and experiences, in order to dialogue with the theories presented by theoretical partners. Essentially: Walter Benjamin, with respect to working with memories, experiences, narration and creating monads; the Brazilian educator Paulo Freire permeates this whole construction, with the concept of praxis, such as black resistance practices, the idea of education, listening to the voice of the narrators and dialoguing with, doing together; and, to defend this other way of being and remain in the world, this choice of life, the decolonial authors like Catherine Walsh, working with critical interculturality; Aníbal Quijano, taking race as the centrality of world power; Arthuro Escobar, offering us other ways of building research; Edgardo Lander, with colonialities; Nelson Maldonado-Torres, Santiago Castro-Gomes and Ramón Grosfoguel with the decolonial turn and the formation of this thought, as well as of so many others. In addition to the partners who defend the creation of an anti-racist education and society, Djamila Ribeiro, Sílvio Almeida, Eliane Cavalleiro, Kabengele Munanga, Nilma Lino Gomes and others. Thus, with the aim of visualizing resistance practices in classrooms, which focus on the appreciation and the black presence in Brazilian society, responding to the problem by bringing these works to the attention of a greater number of people, in addition to the participants in the meetings, the methodology coinceiving with the narrators and theoretical contributions, the text-drawing of this thesis was written. Therefore, in the first chapter I explain the options made and defended throughout the text. In the second chapter I expose the context of all research, the wanderings of the researcher, of the research, of the thematic and the presentation of the narrators. The third chapter is dedicated to the wanderings in and from the detonator of the research the ?Meeting on School Power?. The fourth chapter presents the wanderings of the narrators, their memories and experiences narrated, in life, at school. And, in order not to conclude, but rather to close a cycle, the fifth chapter brings knowledge built on these wanderings.