Do tilintar da caixinha de música ao ressoar do drama como ação pedagógica: a relação entre a ação dramática e o brincar

Abstract

O drama, tão conhecido nas discussões da arte teatral, neste trabalho ganha centralidade de cena expandindo-se feito cosmos para os processos criadores, para a educação e para a vida. Vigotski, menino arteiro, é o ?cutucador? principal. É ele quem escancara de vez as portas de um ?armário mágico? e convida para adentrarmos um mundo cujas fronteiras de territórios podem ser brincadas com toda a seriedade que o brincar possui. A partir de vivências como professora de educação infantil e professora atuante na formação continuada de professoras e professores dessa etapa da educação, esta pesquisa de cunho bibliográfico e documental, e de pitadas de registros sobre vivências estéticas, explora o drama em suas possibilidades pedagógicas. É o tilintar de uma especial caixinha de música, trilha sonora e meio pelo qual personagens, enredos e objetos ?encantados? são convites para o brincar, que as discussões deste trabalho são estabelecidas. Bebericamos líquidos preciosos do frasco mágico da Pedagogia do teatro, assinados principalmente pelos teóricos: Beatriz Ângela Cabral (2012); Flávio Desgranges (2006); Heloise Vidor (2010); Ingrid Koudela (2002, 2005, 2010, 2011, 2015); Peter Slade, (1978); Viola Spolin (2001, 2007, 2008). No frasco ?vigotskiano?, bebemos em obras como: ?A tragédia de Hamlet, o príncipe da Dinamarca (19151916/1999a)?; ?Psicologia da Arte (1925-1926/1999b)?; ?Psicologia Pedagógica (19211924/2001)?, ?Sete aulas de L. S Vigotski (1930/2018)?; ?Manuscrito de 1929?; ?Imaginação e Criação na Infância (1930/2009a)?; ?Sobre o trabalho da psicologia do trabalho criativo do ator (1932/2009c)?. Tais ?bebericos? reluziram a necessidade de questionarmos a relação entre a ação dramática e o brincar, na infância e na formação de professores(as) para a infância. Para tanto, buscamos compreender a relação entre a ação dramática e o brincar na vida e na arte. O exercício metodológico, pautado em Vigotski (1934/2009b), revelou o brincar dramático como potência humana a ser desenvolvida não somente com as crianças, mas com os adultos. O brincar dramático constituído como unidade de análise. Chegamos a compreensão que o drama, a imaginação, as emoções e a realidade estão em funcionamento no brincar dramático ao mesmo tempo que o compõem. Constatamos, ainda, o drama como ação pedagógica, o brincar dramático a ser vivenciado em todos os contextos educativos e com todas as faixas etárias. O drama como ação pedagógica compreende, portanto, a vitalidade do brincar dramático, reconhece cada um de seus processos constituintes mobilizando seus funcionamentos. A pesquisa revela o drama como ação pedagógica com um potencial formativo para intentar junto a adultos atuantes sobretudo com a infância, acerca da necessidade dos processos de criação e vias de uma educação estética.

Abstract: The drama, so well known in the discussions of theatrical art, in this work gains centrality in the scene, expanding like a cosmos for creative processes, for education and for life. Vigotski, an artisan boy, is the main ?nudge?. It is he who opens the doors of a ?magic closet? for good and invites us to enter a world whose borders of territories can be played with all the seriousness that playing has. Based on experiences as a teacher of early childhood education and a teacher active in the continuing education of teachers and teachers at this stage of education, this bibliographic and documentary research, and pinches of records on aesthetic experiences, explores the drama in its pedagogical possibilities. It is the tinkling of a special music box, soundtrack and means by which characters, plots and ?enchanted? objects are invitations to play, that the discussions of this work are established. We drink precious liquids from the magic bottle of Theater Pedagogy, signed mainly by theorists: Beatriz Ângela Cabral (2012); Flávio Desgranges (2006); Heloise Vidor (2010); Ingrid Koudela (2002, 2005, 2010, 2011, 2015); Peter Slade, (1978); Viola Spolin (2001, 2007, 2008). In the ?Vigotskian? flask, we drink in works such as: ?The tragedy of Hamlet, the prince of Denmark (1915-1916 / 1999a)?; \"Psychology of Art (1925-1926 / 1999b)\"; ?Pedagogical Psychology (1921-1924 / 2001)?, ?Seven classes by L. S Vigotski (1930/2018)?; \"1929 Manuscript\"; ?Imagination and Creation in Childhood (1930 / 2009a)?; \"On the work of the psychology of the creative work of the actor (1932 / 2009c)\". Such ?drinkers? highlighted the need to question the relationship between dramatic action and playing, in childhood and in the formation of teachers for children. Therefore, we seek to understand the relationship between dramatic action and playing in life and art. The methodological exercise, based on Vigotski (1934 / 2009b), revealed dramatic play as a human power to be developed not only with children, but with adults. Dramatic play constituted as a unit of analysis. We have come to understand that drama, imagination, emotions and reality are at work in dramatic play at the same time that they compose it. We also see drama as a pedagogical action, dramatic play to be experienced in all educational contexts and with all age groups. Drama as a pedagogical action, therefore, understands the vitality of dramatic play, recognizing each of its units by mobilizing its functioning. The research reveals the drama as a pedagogical action with a formative potential to bring together adults working mainly with childhood, about the need for creative processes and aesthetic education pathways.