O coelhinho do halo azul, de Adolfo B. Scheneider: a literatura para infância, em Santa Catarina, na década de 1950

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O coelhinho do halo azul, de Adolfo B. Scheneider: a literatura para infância, em Santa Catarina, na década de 1950

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Título: O coelhinho do halo azul, de Adolfo B. Scheneider: a literatura para infância, em Santa Catarina, na década de 1950
Autor: Silva, Marinaldo da
Resumo: O presente trabalho está fundamentado no livro O Coelhinho do Halo Azul, de Adolfo Bernardo Schneider. Seu principal objetivo é posicionar essa ficção voltada para as crianças, não apenas como obra literária, mas também como o material histórico que ela representa. São analisados e apresentados aspectos da sua narrativa e discurso, bem como questões sociais e preocupações com a infância, buscando compreender a sinuosidade que fez da sua narrativa uma literatura com viés formativo. O Coelhinho do Halo Azul é reconhecido como o primeiro livro escrito para crianças, publicado em Joinville, e o quarto em Santa Catarina. Para entendê-lo, foi necessário situar Schneider no seu tempo, construindo um paralelo entre a literatura infantil contemporânea e a infância, com o texto produzido pelo escritor joinvilense, que comparou a literatura como uma espécie de amortecedor. Nesta dissertação, o universo vivido nos anos de 1950, na cidade de Joinville se aprofunda, considerando as preocupações do autor com o desenvolvimento e como isso gerou, em sua opinião, problematizações como a desinfantilização da criança. Adolfo Bernardo Schneider analisa e reflete sobre sua época no prefácio do livro, considerando os prós e contras do progresso na formação do ser humano. Ele viu a literatura infantil como uma possível redentora, evidenciando seus pensamentos sobre o futuro. No entanto manteve os olhos no passado; um fato que se confirma na sua visão conservadora da relação integrativa entre sociedade e infância, que se reflete tanto no prefácio quanto no decorrer de O Coelhinho do Halo Azul. Schneider assumiu a literatura como formativa, mas que pode ser ao mesmo tempo, deformadora; discussão ainda relevante hoje e até mesmo necessária para avaliar como pensavam alguns dos nossos intelectuais dessa época. O livro estudado é uma peça dramatúrgica, escrita para ser transmitida como uma novela de rádio. Sua transmissão se deve à Rádio Cultura de Joinville, que fez duas transmissões em 1959 e em 1960, ambas na véspera de Natal. Analisando esse livro por meio de uma investigação documental, bibliográfica e biográfica, foi possível observar não apenas o que o livro evidencia, mas também o que o autor buscou. Mergulhar no mundo das crianças por intermédio dos olhos de Adolfo Bernardo Schneider é reconhecer seu trabalho literário, bem como um registro e uma memória histórica em torno da literatura de Santa Catarina, produzida no Norte do Estado, atentos às influências germânicas e das particularidades sociais daquele momento, tomando como pano de fundo a cidade de Joinville. Permeando os estudos, sublinham-se as contribuições advindas com os estudos exercidos junto ao grupo de pesquisa Literalise, vinculado ao PPGE (Programa de Pós-Gradução em Educação) da UFSC, que é um dos mais, senão o mais atuante grupo de pesquisa em literatura infantil do Estado de Santa Catarina. Como considerações finais foram aportadas algumas reflexões próprias do pesquisador, tanto sobre O Coelhinho do Halo Azul como sobre seu autor, Adolfo Bernardo Schneider e seu envolvimento com o mundo das palavras.Abstract: The paper done about the book O Coelhinho do Halo Azul, by Adolfo Bernardo Schneider. Its main objective is to position this fiction aimed at children, not only as a literary work, but also as the historical material it represents. Aspects of his narrative and discourse are analyzed and presented, as well as social issues and concerns with childhood, seeking to understand the sinuosity that made his narrative a formative literature. O Coelhinho do Halo Azul is recognized as the first book written for children and published in Joinville, and the fourth in Santa Catarina. Placing the author on his time, drawing parallels between childhood and contemporary child literature, giving consideration to Schneider's view of literature as a powerful weapon, it's another subject that surfaces as we get into the questions brought up by Schneider in the book's preface. One of the questions this paper seeks to answer is what that powerful weapon was aimed for, and how it was used by the author. The narrative inaugurates the literature for children in Joinville. This paper gets into their universe in the 1950s, taking into consideration the author?s concerns about the progressing wave and its implications, in his eyes, on the children's loss of childhood (\"desinfantilização\"). Adolfo Bernardo Schneider, in the preface of the book in analysis, reflects upon his own time, taking into account all pros and cons of that progress for the human formation. He saw literature as redeeming, highlighting his thoughts about the future, and how that future could be promising once it had the literature playful trait inserted in daily life. He would think of it as forming, but it could also be distorting, still relevant and current discussions, needed to be brought up so that we would be able to assess what some of our scholars thinking was like back then, under Adolfo Bernardo's perspective. O Coelhinho do Halo Azul is a dramaturgical work made to be disseminated as a radio soap opera. Joinville's Rádio Cultura broadcast it twice: in 1959 and 1960, both on Christmas Day. Getting into the child universe through Adolfo Bernardo Schneider's eyes is making a historical record as well as recognizing his literature work as northern Santa Catarina's literature milestone and all its German influences at that time. Studying O Coelhinho do Halo Azul is also realizing that same society's historical aspects according to his own view. Doing a paper about this subject is appreciating the child and youth literature produced in Santa Catarina, connecting it to a historical document, as well as literary, rationalizing childhood matters identified for traditions entrenched in most of the German offspring society in the city of Joinville. In the final considerations, some reflections brought up by this researcher on O Coelhinho do Halo Azul and on its author, Adolfo Bernardo Schneider, and his involvement with the world of words.
Descrição: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2019.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215518


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