As percepções dos guias de turismo em relação ao seu papel de educador

Abstract

O guia de turismo é, em linhas gerais, todo o profissional de turismo que exerce as atividades de acompanhamento, orientação e transmissão de informações aos turistas em visitas ou excursões. Paralelamente, existe uma função que esse profissional realiza no qual, na maioria das vezes, não se dá conta que está realizando, que é a de educador. Esta pesquisa tem como objetivo compreender se os guias de turismo se reconhecem como educadores e, se o fazem, quais são os conhecimentos e as estratégias de ensino-aprendizagem que mobilizam consciente ou inconscientemente, no cotidiano do seu trabalho. Para tal, a metodologia adotada foi a da história oral, com base em Alberti (2004), Meihy (1996), Portelli (2001), nesse sentido, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três guias de turismo que atuam na cidade de Florianópolis (SC), os quais narraram memórias e experiências do seu fazer profissional. Teoricamente fundamenta-se no pensamento de autores que trabalham com a história da profissão do guia de turismo, educação patrimonial, memória, educação e história da educação, dentre os quais destaca-se: Pond (1993); Hintze (2007), Montes (2013), Cohen (1985), Hu (2007); Esteves (2015), Benjamin (1994), Halbwachs (1993). Como resultado, esta pesquisa apontou que os guias de turismo entrevistados, mesmo desenvolvendo diversas atividades educativas, não se percebem como educadores, mas sim como transmissores de conhecimentos e informações vinculadas a uma concepção de que a educação é desenvolvida na escola. Além disso, a falta de auto reconhecimento como educadores está atrelada ao desinteresse dos turistas, ao cumprimento de determinações das agências de viagens e demais dificuldades cotidianas inerentes a profissão. Esta dissertação foi desenvolvida junto ao programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na linha de pesquisa Sociologia e História da Educação (SHE).

Abstract: The tour guides is generally the professional of tourism who carries out the activities of accompaniment, guiding and transmission of information to tourists on visits or excursions. At the same time, there is a function that this professional performs in which, generally, he does not realize that he is performing, which is that of educator. This research aims to understand if tour guides recognize themselves as educators and if they do, what are the knowledge and teaching-learning strategies that they consciously or unconsciously mobilize in their work. Based on Alberti (2004), Meihy (1996) and Portelli (2001), the methodology adopted was based on interviews with three tour guides who work in the city of Florianópolis (SC), which narrated memories and experiences of his professional work. Theoretically it is based on the thought of authors who work with the history of the profession of tour guide, patrimonial education, memory, education and history of education, among which stands out: Pond (1993); Hintze (2007), Montes (2013), Cohen (1985), Hu (2007); Esteves (2015), Benjamin (1994), Halbwachs (1993). As a result, this research pointed out that the tour guides interviewed, even developing various educational activities, do not perceive themselves as educators, but as transmitters of knowledge and information linked to a conception that education is developed in school. Moreover, the lack of self-recognition as educators is linked to the lack of interest of tourists, compliance with travel agency determinations and other daily difficulties inherent in the profession. Finally, this dissertation was developed with the Master s Program in Education (PPGE) at Federal University of Santa Catarina (UFSC) in the research line Sociology and History of Education (SHE).