Abstract:
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Com este estudo pretendemos determinar as conexões entre a noção de logos estético e a possibilidade de uma prática pedagógica focada na educação com a perspectiva de uma corporeidade que não se apresenta unicamente como consciência puramente reflexiva. A partir da concepção do que Merleau-Ponty compreende por logos estético, encontramos a sustentação da noção de corpo-próprio, compreendida a partir de elementos presentes na infância. O corpo-próprio se apresenta como um testemunho da permanente existência do mundo sensível, que precisa ser percebido. Assim, concebe-se o corpo-próprio em uma perspectiva fenomenológica a fim de libertá-lo das amarras de um pensamento que seja unicamente objetivo ou subjetivo. Merleau-Ponty discordava da ideia de uma consciência transcendental constituinte, regente de leis ideais. Para ele, não há uma consciência além do mundo que habitamos, as quais subjugariam a constituição do mundo. Expor o modo como o corpo-próprio é designado e provido de expressão, bem como suas características essenciais e o modo como se compõe a corporeidade, é uma das nossas pretensões neste trabalho. Também a arte é fundamental para acessarmos o mundo da educação dos sentidos e compreendermos como a união entre as nossas experiências e as coisas são estabelecidas pelo campo de significações sensíveis. A posse de todos os aspectos do Ser é suscitada pela pintura, visto que isso, de alguma forma, deve se fazer visível, já que é o pintor, independentemente de quem seja, que põe em prática a teoria mágica da visão enquanto pinta. Uma concepção de educação mediante a noção de logos estético, faz emergir uma noção de conhecimento que possibilita vivenciarmos e percebermos o mundo de forma sensível e direta e que deve ser levada em conta no processo de aprendizagem. A partir do que Merleau-Ponty compreende como infância, podemos compreender a experiência sensível do corpo com o mundo, uma experiência marcada pela ingenuidade e destituída de uma finalidade de racionalização, processo este que permite a compreensão da relação entre a noção de logos estético, tal como Merleau-Ponty a pensou, para o campo da filosofia da educação, que se ocupa com a formação humana, e dessa forma, se faz presente o corpo-próprio no âmbito do fazer pedagógico. |