Para serem bem-comportadas?: imagens de mulheres em livros escolares de autoria feminina (1889-1945)

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Para serem bem-comportadas?: imagens de mulheres em livros escolares de autoria feminina (1889-1945)

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Title: Para serem bem-comportadas?: imagens de mulheres em livros escolares de autoria feminina (1889-1945)
Author: Nicareta, Samara Elisana
Abstract: Esta tese se fundamenta em estudos do imaginário social, semiologia e história do livro, se insere e procura contribuir no campo de pesquisa da história da educação brasileira. Tem objetivo de analisar o imaginário sobre as mulheres nos livros escolares de autoria feminina, publicados e postos em circulação no Brasil no interstício de 1889 a 1945. O levantamento de fontes realizado em acervos do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro revelou uma amostragem de 17 livros de 16 autoras, publicados no período elegido para estudo. A metodologia de análise compreendeu a leitura e releitura pormenorizada dos livros, buscando menções, termos e indícios que fizessem qualquer referência às mulheres. Para análise das imagens utilizou-se os conceitos de Barthes: studium, compreendido como a vastidão e extensão do campo da imagem; e, punctum, que apresenta a particularidade que atravessa a cena. Nos diferentes livros escolares foram encontrados mais padrões que singularidades. Os padrões impressos e expressos para a formação da mulher bem-comportada foram: mãe, menina, empregada, boneca, a mulher que deve ser protegida, seus espaços foram cozinha e o ambiente interno do lar. Estes elementos estão simbolizados em todos os livros analisados demonstrando, apesar do grande período analisado, uma continuidade na formação do imaginário social feminino. As singularidades evidenciadas envolvem as personagens protagonistas dos livros escolares posteriores a 1930: Amélia, na Minha Cartilha de Rachel Amazonas Sampaio (1934), Alice na Cartilha Fácil , de Claudina de Barros (1943) e Babá na Nossa Cartilha , de Helena Ribeiro São João (1944). Embora as práticas sociais evidenciassem a luta por direitos femininos, inclusive com engajamento de algumas autoras, os livros escolares apresentam a formação de um imaginário social conservador e patriarcal. Os discursos e imagens emanados nos livros escolares das autoras, no alvorecer do período republicano à Era Vargas, possuem uma identificação comum: em sua maioria foram professoras e/ou normalistas; publicaram, difundiram novas metodologias, formas de conhecimento; participaram do empreendimento de construir um novo Brasil, um país moderno, uma iniciativa de vanguarda.Abstract : This doctoral thesis is based on studies of the social imaginary, semiology and history of the book, inserts itself and seeks to contribute in the research field of the history of Brazilian education. he objective of this study is to analyze the imaginary about women in the school books of female authors, published and circulated in Brazil in the intersection between 1889 and 1945. The survey of sources carried out in collections of Paraná, Santa Catarina, São Paulo and Rio de Janeiro, revealed a sample of 17 books from 16 authors published during the study period. The analysis methodology comprised the reading and detailed re-reading of the books, seeking references, terms and indications that made any reference to women. For the analysis of the images we used the concepts of Barthes: studium, understood as the vastness and extension of the field of the image; and, punctum, which presents the particularity that crosses the scene. In the different school books more patterns were found than singularities. The printed and expressed patterns for the formation of well-behaved women were: mother, girl, maid, doll, the woman who should be protected, their spaces were kitchen and the internal environment of the home. These elements are symbolized in all the analyzed books demonstrating, despite the great period analyzed, a continuity in the formation of feminine social imaginary. The singularity found is in the main characters of the school books: Amelia, in Minha Cartilha by Rachel Amazonas Sampaio (1934), Alice in Cartilha Fácil by Claudina de Barros (1943) and Babá in \"Nossa Cartilha\" by Helena Ribeiro São João (1944). Although social practices evidenced the struggle for women's rights, including the engagement of some authoress, the textbooks present the formation of a conservative and patriarchal social imaginary. The speeches and images emanated in the school books of the authors, at the dawn of the republican period to the Vargas Era, have a common identification: in their majority they were teachers and / or normalists; published, disseminated new methodologies, forms of knowledge; participating in the project of building a new Brazil, a modern country, a vanguard initiative.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2018.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/194259
Date: 2018


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