Abstract:
|
Com o processo de globalização, o Brasil enfrenta desafios nos planos político, social e educativo. De modo particular, coloca-se a necessidade de se enfrentar os conflitos, de modo a fortalecer as identidades pessoais e culturais, ao mesmo tempo em que construir processos de entendimento e cooperação entre os diferentes grupos sociais. A relação entre movimentos sociais de diversos matizes, enraizados em contextos diferentes, requer a elaboração de novas linguagens e de modelos interculturais à altura da complexidade dos desafios contemporâneos. Nesta direção, vem ganhando grande relevância social e educacional diferentes iniciativas sociais e políticas. Desenvolveram-se o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas, as políticas afirmativas das minorias étnicas, as diversas propostas de inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais na escola regular, a ampliação e reconhecimento dos movimentos de gênero, a valorização das culturas infantis e dos movimentos de pessoas de terceira idade. A perspectiva intercultural da educação, emergente nestes movimentos sócio-políticos, reconhece o caráter multidimensional e complexo da interação entre sujeitos diferentes. Busca, pois, desenvolver concepções e estratégias educativas que favoreçam o enfrentamento dos conflitos, na direção de superação das estruturas sócio-culturais geradoras de discriminação, de exclusão ou de sujeição entre grupos sociais. Em tal contexto, o Núcleo "Mover - Educação Intercultural e Movimentos Sociais" (UFSC), vem buscando conceituar epistemológica e pedagogicamente a perspectiva intercultural da educação. Seus estudos focalizam as relações entre grupos socioculturais, étnicos, geracionais, de gênero nas práticas educativas escolares e nos movimentos sociais, visando a elaborar subsídios teórico-metodológicos para a formação de educadores. |