Abstract:
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A carcinicultura mundial vem enfrentando sérios problemas de ordem sanitária, especialmente de origem viral, sendo a principal virose a síndrome da mancha branca. Diagnosticar precocemente camarões infectados por vírus, especialmente o vírus da síndrome da mancha branca (WSSV), é essencial para que medidas de contenção sejam rapidamente tomadas a fim de limitar/bloquear a dispersão do patógeno. Além disso, análises sobre patologias em crustáceos necessitam detectar o WSSV a nível tecidual, sendo necessário o uso de anticorpos específicos. Anticorpos comerciais são geralmente onerosos e, em vista disso, a produção in loco de anticorpos pode ser uma alternativa interessante e econômica. No presente estudo um anticorpo policlonal para detectar o WSSV em camarões Litopenaeus vannamei foi produzido a partir de injeções em camundongos (n=5), com solução contendo a proteína recombinante VP28 (VP28r), proteína esta presente no envelope do WSSV. Os camundongos foram imunizados com 5 doses de VP28r: 2 doses subcutâneas (10 μg), 2 doses via intraperitonial (20 μg) e 1 dose final via intraperitonial (33 μg), cada uma com intervalos de 10 dias cada. A primeira imunização foi suplementada com Adjuvante Completo de Freund e a segunda com Adjuvante Incompleto de Freund. A titulação de anticorpos anti-VP28r foi verificado através do teste de ELISA indireto. Para as análises de especificidade do anticorpo produzido, camarões L. vannamei (10-12g) foram desafiados com diferentes concentrações de WSSV (inóculos diluídos a 10-1, 10-5, 10-8), sendo, contudo apenas o hepatopâncreas e tecidos adjacentes dos camarões injetados com a maior carga viral (10-1) utilizados para análises de histologia e imunohistoquímica. Através da histologia, foi comprovado que o tecido do camarão contaminado estava com sinais degenerativos possivelmente associados à infecção viral. Contudo, nas análises de imunohistoquímica, nenhuma reatividade foi encontrada entre o anti-soro VP28r (1/10 e 1/200) e o tecido de camarões infectados, indicando uma baixa especificidade dos anticorpos policlonais produzidos. Em vista disto, novos ensaios devem ser realizados visando a produção de anticorpos mais específicos, no caso monoclonais, a partir de uma nova fonte de proteína recombinante VP28 produzida. |