Promovendo saúde mental em equipe: vivências sobre a prática colaborativa interprofissional

Abstract

Esta dissertação buscou analisar os saberes dos profissionais de saúde acerca da Prática Colaborativa Interprofissional (PCI) para a promoção da saúde mental, destacando sua relevância no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). A PCI é reconhecida como uma estratégia essencial para a superação da fragmentação dos cuidados e para a implementação de abordagens mais integradas, humanizadas e resolutivas, especialmente no campo da saúde mental, que apresenta demandas complexas e multifacetadas. Este estudo teve como objetivo compreender os saberes dos profissionais de saúde acerca da PCI para a promoção da saúde mental. Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória de natureza qualitativa. Foram realizadas entrevistas com 13 profissionais de saúde atuantes em um serviço especializado em saúde mental. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo de Bardin e organizados em categorias temáticas. Os resultados estão apresentados em dois manuscritos. O primeiro aborda as ações e contextos nos quais a PCI é aplicada, evidenciando como essa prática promove a integração de saberes e a construção de estratégias de cuidado colaborativo. Os profissionais relataram que a PCI está presente quando conduzidas as reuniões de equipe, o Projeto Terapêutico Singular, os grupos terapêuticos e as práticas integrativas, elementos-chave para articular saberes e práticas, promovendo um cuidado integral, centrado no usuário. Essas estratégias reforçam a importância da troca constante entre os profissionais e da valorização das singularidades dos usuários no processo terapêutico. O segundo manuscrito explora os desafios enfrentados pelos profissionais na implementação da PCI. Entre as dificuldades destacam-se a comunicação ineficaz, os conflitos interpessoais, a falta de interesse e preparo no trabalho em saúde mental e questões relacionadas a infraestrutura e questões materiais. O estudo conclui que, apesar dos avanços, a consolidação da PCI exige esforços articulados entre políticas públicas, instituições de ensino e serviços de saúde. Investimentos em educação, reorganização dos serviços e estratégias para fortalecer o trabalho em equipe são fundamentais para superar as barreiras identificadas e garantir um cuidado integral e de qualidade. Assim, a PCI se apresenta como uma ferramenta indispensável para o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial e para a construção de um modelo de saúde mental alinhado aos princípios do SUS, promovendo a saúde mental de maneira mais inclusiva, humanizada e resolutiva.

Abstract: This dissertation aimed to analyze the knowledge of healthcare professionals regarding Interprofessional Collaborative Practice (ICP) for the promotion of mental health, highlighting its relevance in the context of the Brazilian Unified Health System. ICP is recognized as an essential strategy for overcoming the fragmentation of care and for implementing more integrated, humanized, and effective approaches, especially in the field of mental health, which presents complex and multifaceted demands. This study aimed to understand the knowledge of healthcare professionals about ICP in promoting mental health. It is a descriptive and exploratory qualitative research. Interviews were conducted with 13 healthcare professionals working in a specialized mental health service. The data were analyzed using Bardin?s content analysis technique and organized into thematic categories. The results are presented in two manuscripts. The first discusses the actions and contexts in which ICP is applied, demonstrating how this practice fosters the integration of knowledge and the development of collaborative care strategies. Professionals reported that ICP is present in team meetings, Singular Therapeutic Projects, therapeutic groups, and integrative practices?key elements for articulating knowledge and practices, promoting comprehensive, patient-centered care. These strategies reinforce the importance of constant exchange among professionals and the appreciation of users? individualities in the therapeutic process.The second manuscript explores the challenges professionals face in implementing ICP. Among the difficulties, ineffective communication, interpersonal conflicts, lack of interest and preparedness in mental health work, and structural and material constraints were highlighted. The study concludes that, despite advancements, consolidating ICP requires coordinated efforts between public policies, educational institutions, and healthcare services. Investments in education, service reorganization, and strategies to strengthen teamwork are essential to overcoming the identified barriers and ensuring comprehensive and high-quality care. Thus, ICP emerges as an indispensable tool for strengthening the Psychosocial Care Network and building a mental health model aligned with the principles of Brazilian Unified Health System, promoting mental health in a more inclusive, humanized, and effective manner.