Liberdades reguladas nas aulas de matemática: uma problematização a partir da narrativa de professores

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Title: Liberdades reguladas nas aulas de matemática: uma problematização a partir da narrativa de professores
Author: Flor, Valdirene Teixeira
Abstract: Nesta dissertação, problematizam-se, por intermédio de enunciações docentes, as práticas de liberdade vivenciadas por estudantes na resolução de situações matemáticas. O material empírico é composto de entrevistas semiestruturadas realizadas com professores de Matemática que atuam na rede municipal de Florianópolis, participantes da Formação Continuada. A partir da análise do discurso, na perspectiva de Michel Foucault, problematizaram-se as enunciações docentes quanto à utilização de diferentes estratégias de resolução de situações matemáticas apresentadas pelos alunos. Destaca-se também uma digressão realizada acerca da expressão liberdade , nas obras de Comenius, Rousseau, Dewey e Paulo Freire. Alicerçada em ferramentas teóricas advindas do pensamento foucaultiano, especialmente as noções de poder, discurso, enunciado e enunciação, a investigação problematiza a noção de liberdade através da seguinte questão problema: Que práticas de liberdade, segundo os professores, são experienciadas pelos educandos nas aulas de matemática? Que verdades regulam essas liberdades? Como resultado de pesquisa, identificou-se que todos os professores, em suas enunciações, alegaram que a liberdade é disponibilizada aos alunos, ou seja, que todos são incentivados a criar diferentes estratégias de resolução das situações matemáticas. No entanto, a liberdade passa por estratégias de regulação, pois, para o professor, sua maneira de resolução é a mais econômica, a mais fácil e o caminho mais curto para se chegar à resposta da situação-problema. Nessas situações, os professores vivenciam um processo agonístico, momento em que ocorre um embate entre suas concepções a respeito da matemática escolar e dos regimes de verdade provenientes da Educação, de forma mais geral. Mas como determinar que os alunos resolvam as situações matemáticas da maneira apresentada pelo professor? Nesse contexto, emerge outro enunciado que afirma que o professor não pode impor à turma um modo de resolução. Percebe-se aí uma forma de exercício do poder que se afasta de uma forma de dominação, já que o poder aparece na forma de convencimento.Abstract: This dissertation had as objective to problematize, by means of teacher statements, the practices of freedom experienced by students in the resolution of mathematical situations. The empirical material is composed of semi-structured interviews with mathematics teachers working in the Municipal Network of Florianópolis, who participated in a recurrent form of Continuing Education. From the analysis of the discourse in the perspective of Michel Foucault, the teacher statements were problematized regarding the use of different strategies for solving mathematical situations presented by the students. Also stands out the digression around the expression "freedom" in the work of Comenius, Rosseau, Dewey and Paulo Freire. Based on theoretical tools derived from Foucault´s thought, especially the notions of power discourse and enunciation, the research problematizes the notion of "freedom" through the following problem question: What practices of freedom, according to teachers, are experienced by students in math classes? What truths regulate such freedoms? As a result of the research, it was identified that all teachers in their enunciations claimed that "freedom" is available to the students, that is, everyone is encouraged to create different strategies for solving mathematical situations. However, freedom goes through regulation strategies, because the teacher reports to his students that his way of solving is the most economical, the easiest, is the shortest way to get to the answer of the problem situation. In these situations, the teachers experience an agonistic process, in which there is a clash between their conceptions about school mathematics and the truth regimes coming from Education in a more general way. However, how do you determine that students solve mathematical situations in the manner presented by the teacher? In this context, another statement emerges stating that the teacher cannot impose on the class a way of solving. There was perceived a form of exercise of power that moves away from a form of domination, power appears in the form of convincing.
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis, 2017
URI: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/179800
Date: 2017


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