Abstract:
|
O artigo tem o intuito de refletir sobre como as reformulações da matemática escolar durante o Movimento da Matemática Moderna (MMM) afetam, interferem e modificam as propostas curriculares para o ensino de geometria no Brasil e em Portugal. O currículo de geometria é identificado como um problema (DETIENNE, 2000) que atravessa os dois países, fonte privilegiada para estudos comparativos. Analisamos livros didáticos destinados aos primeiros ciclos do ensino secundário e identificamos quatro casos nos dois países. Dois autores que mantém suas propostas para o ensino da geometria, António Palma Fernandes e Osvaldo Sangiorgi; e os livros de António de Almeida Costa e Alfredo Osório dos Anjos, por um lado, e os do Curso experimental da Bahia, que integram as novas idéias alterando profundamente o currículo geométrico. Em suma, concluímos que a elaboração de currículos apresentados nos livros didáticos não segue de forma linear as recomendações internacionais, mesmo quando elas não são uniformes, como no caso do currículo de geometria durante a Matemática Moderna. As produções deste novo momento curricular hibridizam as influências externas produzindo novas entidades culturais que não são cópias de recomendações curriculares internacionais.Antes procedem de forma diversificada, com maior ou menor sucesso, adaptando-se às contingências de cada sistema educativo. |