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O desafio principal colocado por este texto foi a busca, para além das perspectivas hegemônicas na modernidade ocidental, de outras tessituras para os processos de formação inicial e continuada de educador@s, que possam ativar entrelugares em que se torne possível a desconstrução de subalternidades. A partir da convivência e de um diálogo denso e tenso com morador@s da Comunidade Nova Esperança e demais integrantes do Programa Entrelaços do Saber, esta pesquisa buscou compreender as relações e discursos que produziram múltiplas subalternizações na modernidadecolonialidade ocidental, suas ambigüidades e ambivalências. Assumindo como perspectiva político-epistemológica o pensamento liminar e o entendimento da diferença colonial, o texto foi-se tecendo como um fuxico, incorporando retalhos da história da Comunidade, das relações estabelecidas entre ela e a Universidade do Estado de SC, no âmbito do Programa, e também da história da produção das periferias urbanas como subalternas e da produção do chamado Terceiro Mundo como periferia do sistema-mundo colonial moderno. O fio que conectou esses retalhos foi a opção ético-político-epistemológica pela desconstrução de subalternidades. Escolhendo falar a partir das margens, não como lugar privilegiado, mas como explicitação de um lugar de enunciação diverso do habitual, privilegiou-se também a interlocução com autoras e autores situados em fronteiras - genéricas, geracionais, geopolíticas - sem descartar, no entanto, as possibilidades de diálogo com autor@s já consagrad@s pelas perspectivas acadêmicas na medida em que pudessem contribuir para esta tessitura. A organização do texto não seguiu uma ordem lógica ou cronológica linear. Buscou a explicitação e complexidade das tessituras de processos de pensamento e práticas que se interconectam e retroalimentam. A explicitação do que vem se produzindo como um entendimento de interculturalidade, a partir da experiência no Programa, em diálogo com o núcleo Mover-UFSC, e de como têm sido vividas experiências de desconstrução de subalternidades, permite vislumbrar alguns indícios de como essas escolhas podem contribuir para outras tessituras nos processos de formação - inicial e continuada - de educador@s, possibilitando, talvez, o estabelecimento de outras políticas de verdade. |
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