Abstract:
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DESCRIÇÃO: A Dissertação propõe analisar as experiências educativas vividas pelas crianças no Acampamento Índio Galdino do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em Santa Catarina. O espaço do acampamento proporciona ações e interações entre adultos, crianças e o Movimento, levando a um rico processo educativo que permite reflexões acerca da sociedade em que vivemos e da formação de uma identidade entre os Sem Terra ou Sem Terrinha. Esta pesquisa, ao buscar compreender o significado das experiências das crianças, constitui um olhar sobre o MST, que vem nesses anos contribuindo para o processo de constituição de um novo sujeito social, que se organiza e luta pelos seus direitos. METODOLOGIA: O trabalho de pesquisa foi realizado tendo por base uma metodologia de tipo qualitativa que consistiu na análise de fontes documentais e bibliográficas produzidas pelo MST; sobre educação e movimentos sociais e sobre infância; em pesquisa de campo desenvolvida no Acampamento Índio Galdino, em Santa Catarina, que contou com observação e entrevista. As observações foram realizadas no cotidiano do acampamento, num período de 12 dias, registradas em um diário de campo. As entrevistas, de forma semi-estruturada e semi-diretiva foram realizadas coletivamente com 23 crianças cuja idade varia de 5 a 16 anos, com a coordenação do acampamento e com famílias acampadas. Para complementar a coleta dos dados, oficinas de histórias e desenhos foram desenvolvidas com as crianças. CONTEÚDO: O primeiro capítulo tem como objetivo principal compreender a infância como uma condição social em vários contextos sociais e momentos históricos, reportando a discussão para o meio rural e para os acampamentos do Movimento Sem Terra. Sobre o meio rural, buscamos analisar experiências concretas em que a infância tem sido subjugada dos seus direitos ao viver sob a lógica do capital. Contrapondo-se à essa lógica, surge o MST, que vem, nesses 17 anos de luta ocupando latifúndios improdutivos e propondo uma mudança social. Nesse sentido, coloca-se para o MST um novo desafio: a preocupação com a infância. No segundo capítulo, apresentamos a história das famílias sem-terra desde a ocupação, despejo e reocupação, visando compreender o movimento em que crianças (meninos e meninas) e adultos (mulheres e homens) compartilham nas diversas ocupações e convívio no acampamento. No último capítulo pontuamos experiências educativas na vida das crianças do acampamento e o seu significado para a formação da identidade Sem Terrinha. CONCLUSÃO: Concluímos que as experiências vividas no acampamento são educativas, sendo mediadas pelo MST, traduzem o movimento político que forma os Sem Terrinha na ocupação, na mística, na organização, nos enfrentamentos e no cotidiano do acampamento. |