Parâmetros eletromiográficos dos músculos (glúteo médio, multífidos e transverso do abdômen) de indivíduos com dor lombar crônica não específica durante a tarefa de descida do degrau

Abstract

Introdução: A dor lombar crônica (DLC) é uma condição amplamente difundida e incapacitante que acomete milhões de pessoas ao redor do mundo. Essa condição exerce um impacto significativo na saúde global, causando dor intensa, limitações funcionais e comprometendo a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Os músculos multífidos e transverso do abdômen tem função estabilizadora para a coluna lombar, assim como o glúteo médio é um dos principais estabilizadores do quadril. Foi demostrado que indivíduos que sofrem com dor lombar tendem a ter padrões de ativação alteradas desses músculos, quando comparados a indivíduos saudáveis. A fraqueza do glúteo médio é um fator importante e está diretamente associada a maior percepção de dor e incapacidade em indivíduos com dor lombar crônica não específica (DLCNE). A fraqueza do glúteo médio assim como disfunções nos padrões de ativação dos estabilizadores do tronco e quadril, podem levar a alterações no equilíbrio postural de indivíduos com dor lombar. Objetivo: Analisar parâmetros eletromiográficos dos músculos glúteo médio (GM), multífidos (MT) e transverso do abdômen (TA) durante a tarefa de descida do degrau (DD) em indivíduos com DLCNE. Métodos: Trata-se de um estudo observacional analítico transversal, a amostra foi composta por 27 voluntários com DLCNE, os voluntários foram avaliados pela Contração Isométrica Voluntaria Máxima dos músculos (GM, MT e TA) da avaliação da força isométrica e, a ativação muscular será coletada através de uma tarefa dinâmica de descida de degrau, a qual foi observada o comportamento dos músculos avaliados. Resultados: A amostra do estudo incluiu 27 participantes (62,9% mulheres) com idade média de 26,8 anos. Observou-se que 44% relataram dor há mais de 60 meses, e 77,7% apresentaram dor bilateral. A intensidade da dor segundo a escala EVA, foi classificada como moderada a insuportável por 88,4% dos participantes. No entanto, 63,6% eram fisicamente ativos ou muito ativos conforme o IPAQ. A ativação muscular mostrou diferença significativa no (TA) em relação (GM) e (MT), durante a descida de degrau (p < 0,05), sugerindo alterações nos padrões de ativação relacionadas à dor crônica. Conclusão: O estudo identificou diferenças na ativação dos músculos estabilizadores do tronco em indivíduos com dor lombar crônica. Houve atraso na ativação do músculo (TA) em relação aos músculos (GM) e (MT). Não foram encontradas correlações claras entre os níveis de atividade física, incapacidade e cinesiofobia com os padrões de ativação muscular.

Abstract: Introduction: Chronic low back pain (CLBP) is a widespread and debilitating condition affecting millions worldwide. It significantly impacts global health, causing severe pain, functional limitations, and reduced quality of life. The multifidus and transverse abdominis muscles stabilize the lumbar spine, while the gluteus medius is a key hip stabilizer. Studies show individuals with low back pain exhibit altered activation patterns of these muscles compared to healthy individuals. Gluteus medius weakness is associated with higher pain perception and disability in individuals with non-specific chronic low back pain (NSCLBP). This weakness, along with dysfunctions in trunk and hip stabilizer activation patterns, can affect postural balance in people with low back pain. Objective: To analyze electromyographic parameters of the gluteus medius (GM), multifidus (MT), and transverse abdominis (TA) muscles during a step-down task (SD) in individuals with NSCLBP. Methods: This is a cross-sectional observational study with 27 NSCLBP volunteers. Participants were evaluated through Maximum Voluntary Isometric Contraction (MVIC) of the GM, MT, and TA muscles. Muscle activation was assessed during a dynamic step-down task to observe muscle behavior. Results: The sample included 27 participants (62.9% women) with an average age of 26.8 years. Among them, 44% reported pain for over 60 months, and 77.7% had bilateral pain. According to the Visual Analog Scale (VAS), 88.4% rated their pain as moderate to unbearable. Despite this, 63.6% were physically active or very active (IPAQ). Muscle activation showed a significant difference in TA compared to GM and MT during the step-down task (p < 0.05), suggesting activation pattern changes related to chronic pain. Conclusion: The study identified differences in trunk stabilizer muscle activation in individuals with chronic low back pain. There was a delay in TA activation compared to GM and MT. No clear correlations were found between physical activity levels, disability, and kinesiophobia with muscle activation patterns.