A rebenta do capital no Brasil oitocentista: particularidade e transição

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Title: A rebenta do capital no Brasil oitocentista: particularidade e transição
Author: Diogo, Pablo Ramon
Abstract: A dissertação tem o século XIX no Brasil como seu objeto, no qual busca-se analisar as expressões e inflexões econômicas sobre as relações sociais de produção e reprodução do capital. O objetivo a que se prende é entender a assim chamada ?transição? e a particularidade brasileira quando inserta no ciclo do capital industrial exterior desde o momento da abertura dos portos (1808), efetivando a participação econômica endógena mediante o mercado mundial. Procedeu-se, para isso, à pesquisa documental, por meio de jornais, artigos, livros e relatos de viajantes da época. A elaboração teórica que se deu seguidamente teve no levantamento documental seu aporte. O lapso compreendido da pesquisa, tendo na abertura dos portos seu marco apreendido como gênese das determinações que se inferem na realidade econômica, estende-se até à instauração da república (1889), considerando-se suas implicações derivadas. Focalizamos na cafeicultura o recorte de pesquisa, entendendo-a como a economia mais dinâmica que perdurou nos oitocentos brasileiros e acumulou o capital para futura reorientação ao aparecimento em cena do modo de produção capitalista no Brasil. A interpretação geral que resultou do empreendimento levado à cabo na pesquisa, é de que a forma em que se encontra delimitada e especificada a reprodução da força de trabalho no processo produtivo, da qual cunhamos de ?capital vivo?, acaba por cercear o salto qualitativo necessário na produção agrícola para sua passagem às determinações capitalistas. Frente a isso, no campo, a abolição não só sedimenta a transformação das relações de produção escravistas em condições conscritas de trabalho, como também forceja o caminho aberto da transição na transição. A verdadeira transição ao capitalismo ocorrerá exteriormente à produção agrícola, nos centros urbanos. O trabalho está dividido em cinco seções e considerações finais. Na primeira seção operamos uma digressão teórico-metodológica sobre a apreensão da realidade brasileira compreendida em suas problemáticas de transição e particularidade, donde se recorre às explicitações de Marx e Hegel em seus métodos que versem sobre as temáticas postas em questão, desnudando correlatamente as concepções de história daí vinculadas. A segunda seção busca apreender como terra, trabalho e capital se dinamizam internamente na concreticidade das relações de produção dos oitocentos brasileiro. A terceira seção apoia-se na forma de reprodução do capital fazendário em seu ciclo de acumulação, circunscrito na lavoura de café. A última seção é sumamente de exposição sócio-histórica, abarcando o percurso de 1808 a 1889 com as refrações que tiveram rebatimento para a ulterior sociabilidade brasileira.Abstract: The dissertation focuses on 19th-century Brazil, aiming to analyze the economic expressions and inflections on the social relations of production and reproduction of capital. Its objective is to understand the so-called \"transition\" and Brazil?s particularity when integrated into the cycle of foreign industrial capital from the opening of the ports (1808), marking its endogenous economic participation in the global market. For this purpose, documentary research was conducted through newspapers, articles, books, and travelers? accounts from the period. The subsequent theoretical elaboration was supported by this documentary foundation. The research spans the period from the opening of the ports, seen as the genesis of the economic determinations inferred from this reality, to the establishment of the Republic (1889), considering its derived implications. The focus of the research is coffee cultivation, understood as the most dynamic sector of Brazil's 19th-century economy, which accumulated capital for future redirection towards the emergence of the capitalist mode of production in Brazil. The general interpretation resulting from the research is that the manner in which the reproduction of the labor force in the productive process is defined and specified ? termed here as ?living capital? ? ultimately restricts the qualitative leap necessary for agricultural production to transition to capitalist determinations. Consequently, in the countryside, abolition not only consolidates the transformation of slave production relations into conscripted labor conditions but also pushes forward the \"transition within the transition.\" The true transition to capitalism, however, occurs outside agricultural production, in urban centers. The work is divided into five chapters and concluding remarks. The first chapter offers a theoretical-methodological digression on apprehending Brazilian reality, focusing on the problems of transition and particularity. It draws on the methodologies of Marx and Hegel regarding the issues at hand, while also critically examining the conceptions of history associated with them. The second chapter seeks to understand how land, labor, and capital interacted internally within the concrete production relations of 19th-century Brazil. The third chapter focuses on the reproduction of plantation capital within its accumulation cycle, particularly in coffee cultivation. The fourth and fifth chapters provide a socio-historical exposition: the first covering the period from 1808 to 1850, and the second from 1850 to 1889, analyzing their repercussions on Brazil's subsequent social structure.
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Socioeconômico, Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Florianópolis, 2025.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/264899
Date: 2025


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