Uso de remineralizador de basalto na produção de soja em Cambissolo Húmico

Abstract

A cultura da soja é importante no estado de Santa Catarina, representando na safra 2022/2023 aproximadamente 860 mil hectares de área colhida. Dentre os aspectos fundamentais para a obtenção de boa produtividade dessa cultura destacam-se, dentre outras, condições de manejo de solo adequadas, tendo na calagem e fertilização grande importância. Alternativamente, o uso de rochagem em solos como fonte de nutrientes às plantas vem crescendo no país. Mas existem poucas pesquisas com relação aos efeitos do emprego de tais insumos nos solos na produção agrícola. Nesse sentido, este trabalho teve por objetivo avaliar a produtividade da soja fertilizada com remineralizador de basalto (esse, associado ou não com fertilizantes minerais) em comparação com a produtividade desse grão apresentada com o uso de fertilizantes minerais. O trabalho foi conduzido em estufas. No experimento utilizou-se de amostras do horizonte superficial de um Cambissolo Húmico Alumínico típico (solo não cultivado), as quais foram submetidas a diferentes tratamentos com calagem, cama de aviário, fertilizantes minerais solúveis (correção mais manutenção), e doses diferentes de remineralizador de basalto (2,5, 5, 10 e 20 Mg ha-1). Nesses tratamentos com remineralizador, associado ou não com doses parciais de fósforo e potássio, somente fósforo e sem fósforo e potássio. Utilizou-se como critério para as doses parciais de fósforo e potássio a quantidade existente desses elementos químicos no remineralizador. É fato conhecido que o remineralizador apresenta lenta liberação de nutrientes, porém foi o critério utilizado para objetivar resultados de produtividade com economia de fertilizantes. A metodologia de implantação e condução do experimento foi baseada no Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), no primeiro ano conduzido com seis tratamentos e cinco repetições e no segundo ano conduzido com sete tratamentos e cinco repetições. O experimento foi conduzido por duas safras de soja e duas de aveia branca no inverno (os dados de produtividade da aveia não estão neste trabalho). Os dados relacionados às análises estatísticas para a soja indicaram que na primeira safra basicamente não houve diferenças significativas nas produtividades entre os tratamentos com remineralizadores (associados ou não com fertilizantes minerais) e aqueles com fertilizantes minerais. Na segunda safra os resultados baseados na mediana demonstraram mesma produtividade para o tratamento que recebeu somente fertilizantes minerais e aqueles que receberam remineralizador e fertilização parcial com fertilizantes minerais (2,5 Mg ha-1 de remineralizador mais aporte de fósforo e potássio. 5,0 Mg ha-1 de remineralizador mais aporte de fósforo. 10,0 Mg ha-1 de remineralizador mais aporte de fósforo). O tratamento com maior dose de remineralizador (20 Mg ha-1) apresentou menor produtividade que o tratamento com fertilizantes minerais, e mesma produtividade do tratamento somente com calcário

Soybean cultivation is important in the state of Santa Catarina, representing approximately 860 thousand hectares harvested in the 2022/2023 season. Among the fundamental aspects for achieving good productivity in this crop are adequate soil management conditions, with liming and fertilization being of great importance. Alternatively, the use of rock dust in soils as a source of nutrients for plants has been growing in the country. However, there is little research regarding the effects of such inputs on soils in agricultural production. In this context, this study aimed to evaluate the productivity of soybeans fertilized with basalt remineralizer (associated or not with mineral fertilizers) compared to the productivity of this grain with the use of mineral fertilizers. The experiment was conducted in greenhouses. The experiment used samples from the topsoil horizon of a typical Humic Aluminum Cambisol (uncultivated soil), which were subjected to different treatments with liming, poultry litter, soluble mineral fertilizers (correction plus maintenance), and different doses of basalt remineralizer (2.5, 5, 10, and 20 Mg ha⁻¹). These treatments with remineralizer, associated or not with partial doses of phosphorus and potassium, phosphorus alone, and without phosphorus and potassium. The criterion for partial doses of phosphorus and potassium was based on the amount of these chemical elements in the remineralizer. It is known that the remineralizer presents a slow release of nutrients, but this criterion was used to achieve productivity results with fertilizer economy. The methodology for implementing and conducting the experiment was based on a Completely Randomized Design (CRD), in the first year conducted with six treatments and five repetitions and in the second year conducted with seven treatments and five repetitions. The experiment was conducted over two soybean seasons and two winter white oat seasons (oat productivity data are not included in this work). Statistical analysis data for soybeans indicated that in the first season, there were basically no significant differences in productivity between treatments with remineralizers (associated or not with mineral fertilizers) and those with mineral fertilizers. In the second season, the median-based results showed the same productivity for the treatment that received only mineral fertilizers and those that received remineralizer and partial fertilization with mineral fertilizers (2.5 Mg ha⁻¹ of remineralizer plus phosphorus and potassium, 5.0 Mg ha⁻¹ of remineralizer plus phosphorus, and 10.0 Mg ha⁻¹ of remineralizer plus phosphorus). The treatment with the highest dose of remineralizer (20 Mg ha⁻¹) showed lower productivity than the treatment with mineral fertilizers, and the same productivity as the treatment with only limestone.