Avaliação do uso de psicofármacos por adolescentes e jovens adultos atendidos em um ambulatório oncológico de Santa Catarina

Abstract

O câncer afeta tanto a saúde física quanto mental dos pacientes, levando ao uso crescente de psicofármacos para tratar sintomas emocionais. Este estudo teve como objetivo mensurar o uso desses medicamentos e avaliar a percepção dos pacientes, com idades entre 18 e 29 anos, sobre sua qualidade de vida em um centro de pesquisas localizado em Santa Catarina. Os objetivos específicos incluíram traçar o perfil dos pacientes atendidos, identificar os psicofármacos utilizados, avaliar o acesso à informação sobre o tratamento medicamentoso e desenvolver um jogo sério e um e-book para educação em farmacologia dos psicotrópicos no contexto da oncologia. Realizou-se um estudo descritivo e exploratório com abordagem quantitativa, coletando dados por meio de questionários estruturados e entrevistas semiestruturadas. As informações foram organizadas e tabuladas em planilhas do Microsoft Excel®, categorizadas e codificadas, representadas graficamente e analisadas com o auxílio do GraphPad Prism 8. O teste de qui-quadrado investigou associações entre variáveis categóricas identificando diferenças estatisticamente significativas. Observou-se que 26,5% dos pacientes oncológicos utilizavam psicofármacos, refletindo a alta incidência de transtornos psiquiátricos como depressão e ansiedade. As mulheres usam mais psicofármacos do que homens, destacando uma maior vulnerabilidade emocional, especialmente para depressão e ansiedade. Benzodiazepínicos e antidepressivos foram os medicamentos mais prescritos, com uma predominância de antidepressivos entre as mulheres e benzodiazepínicos entre os homens. A análise do uso de substâncias lícitas e ilícitas entre os pacientes revelou que o consumo de etanol, nicotina e canábis foi comum, especialmente entre os homens. Observou-se também uma lacuna preocupante na comunicação médico-paciente, com muitos pacientes, principalmente mulheres, relatando falta de informações adequadas sobre os psicofármacos prescritos. Para melhorar o acesso à informação e o engajamento dos pacientes, foram desenvolvidos doisjogossérios e um e-book, que oferecem uma abordagem educativa interativa sobre o uso correto dos psicofármacos, reações adversas e interações medicamentosas. Essas ferramentas promovem uma forma dinâmica e acessível de aprendizado, auxiliando na adesão ao tratamento e na resolução das dúvidas relacionadas ao uso de medicamentos.

Abstract: Cancer affects both the physical and mental health of patients, leading to the increasing use of psychotropic medications to manage emotional symptoms. This study aimed to measure the use of these medications and their impact on the quality of life of cancer patients aged 18 to 29 in a research center in Santa Catarina. The specific objectives included profiling the patients, identifying the psychotropic drugs used, assessing access to information about medication treatment, and developing a serious game and an e-book for education on psychotropic pharmacology in the oncology context. A descriptive and exploratory study with a quantitative approach was conducted, collecting data through structured questionnaires and semi-structured interviews. The information was organized and tabulated in Microsoft Excel® spreadsheets, categorized and coded, graphically represented, and analyzed using GraphPad Prism 8. The chisquare test investigated associations between categorical variables, identifying statistically significant differences. It was observed that 26.5% of cancer patients use psychotropic drugs, reflecting the high incidence of psychiatric disorders such as depression and anxiety. Women use more psychotropic medications than men, highlighting greater emotional vulnerability, particularly for depression and anxiety. Benzodiazepines and antidepressants were the most prescribed medications, with a predominance of antidepressants among women and benzodiazepines among men. The analysis of the use of licit and illicit substances among patients revealed that the consumption of alcohol, nicotine, and cannabis was common, especially among men. A concerning gap in doctor-patient communication was also observed, with many patients, particularly women, reporting a lack of adequate information about the prescribed psychotropic medications. To improve access to information and patient engagement, two serious games and an e-book were developed, offering an interactive educational approach to the proper use of psychotropic drugs, their side effects, and drug interactions. These tools promote a dynamic and accessible learning experience, helping to improve treatment adherence and reduce anxiety related to medication use.