Title: | Manejo do bruxismo em crianças autistas: uma revisão de escopo |
Author: | Castellain, Maria Eduarda de Oliveira |
Abstract: |
Esta revisão de escopo teve como objetivo explorar, reunir e descrever as abordagens existentes para o manejo do bruxismo em crianças autistas, compreendendo as dificuldades específicas dessa condição em uma população com características intrínsecas desafiadoras. Utilizando o protocolo de revisão de escopo do Instituto Joanna Briggs, foi desenvolvida uma estratégia de busca abrangente e adaptada para quatro bases de dados principais (CINAHL, Web of Science, PubMed e Embase), além da revisão de referências dos estudos incluídos e consulta à literatura cinzenta. A inclusão de critérios amplos, que consideraram estudos sobre o manejo do bruxismo em crianças autistas independentemente de raça, sexo ou etnia, visou capturar todas as evidências relevantes na área. A triagem inicial realizada em março de 2024 identificou 1249 artigos, dos quais apenas sete atenderam aos critérios de inclusão. Todos os estudos selecionados foram relatos de casos envolvendo crianças de 4 a 16 anos. Esse resultado ressalta a escassez de pesquisas robustas e a falta de acompanhamento contínuo do bruxismo em crianças autistas, revelando uma lacuna significativa na literatura que limita o desenvolvimento de intervenções eficazes e sustentáveis para essa população. Entre as técnicas de manejo descritas, predominou a abordagem comportamental e psicológica, especialmente o controle de voz, que foi aplicado em cinco dos sete estudos incluídos para o manejo do bruxismo de vigília. Essas intervenções mostraram uma diminuição na frequência dos episódios de bruxismo, embora não tenham levado à cessação completa do comportamento. Além do controle de voz, outras intervenções incluíram a aplicação de toxina botulínica sob anestesia geral em uma criança de 11 anos, observando-se uma remissão do bruxismo após 10 dias, embora não tenha sido registrado o efeito a longo prazo. Outro estudo relatou o uso de coroas de aço em todos os molares de uma criança de 4 anos, também sob anestesia geral, visando preservar a estrutura dentária desgastada. Os autores enfatizaram que, embora essa intervenção não tenha “tratado” o bruxismo diretamente, ela proporcionou uma melhora na qualidade de vida da criança. Em conclusão, as abordagens para o manejo do bruxismo em crianças autistas incluem intervenções invasivas e técnicas comportamentais, muitas vezes fundamentadas em princípios da Análise do Comportamento Aplicada (ABA). No entanto, essas estratégias ainda apresentam limitações em termos de eficácia e sustentabilidade a longo prazo. A revisão ressalta uma alta prevalência de bruxismo nessa população e uma escassez de evidências robustas e contínuas, destacando a necessidade urgente de mais estudos aplicados para embasar cientificamente o manejo do bruxismo em crianças autistas e, assim, oferecer práticas de atendimento mais adequadas. This scoping review aimed to explore, gather, and describe existing approaches for managing bruxism in autistic children, addressing the specific challenges associated with this condition in a population with intrinsic, challenging characteristics. Following the Joanna Briggs Institute scoping review protocol, a comprehensive and tailored search strategy was developed for four main databases (CINAHL, Web of Science, PubMed, and Embase), as well as a review of references from included studies and consultation with the grey literature. Broad inclusion criteria were applied to capture all relevant evidence, including studies on managing bruxism in autistic children regardless of race, sex, or ethnicity. The initial screening made in March 2024 identified 1,249 articles, of which only seven met the inclusion criteria. All selected studies were case reports involving children aged 4 to 16 years. This result highlights the scarcity of robust research and the lack of continuous follow-up on bruxism in autistic children, revealing a significant gap in the literature that limits the development of effective and sustainable interventions for this population. Among the management techniques described, behavioral and psychological approaches predominated, especially voice control, which was applied in five of the seven included studies to manage awake bruxism. These interventions showed a decrease in the frequency of bruxism episodes, although they did not lead to complete cessation of the behavior. In addition to voice control, other interventions included the application of botulinum toxin under general anesthesia in an 11-year-old child, observing remission of bruxism after 10 days, although long-term effects were not recorded. Another study reported the use of steel crowns on all molars of a 4-year-old child, also under general anesthesia, aimed at preserving the worn dental structure. The authors emphasized that, although this intervention did not directly "treat" bruxism, it provided an improvement in the child’s quality of life. In conclusion, approaches for managing bruxism in autistic children include invasive interventions and behavioral techniques, often grounded in principles of Applied Behavior Analysis (ABA). However, these strategies still present limitations in terms of long-term efficacy and sustainability. The review highlights a high prevalence of bruxism in this population and a lack of robust, continuous evidence, underscoring the urgent need for more applied studies to scientifically support the management of bruxism in autistic children, thus providing more suitable care practices. |
Description: | TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Odontologia. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/261728 |
Date: | 2024-10-23 |
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TCC REPOSITÓRIO (6).pdf | 777.6Kb |
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TCC Maria Eduarda Castellain |