Conhecimento dos profissionais da saúde sobre o Acidente Vascular Encefálico (AVE): estudo em uma população do sul do Brasil

Abstract

Introdução: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é a segunda principal causa de morte e a terceira geradora de incapacidades permanentes em adultos no mundo. Considerando que quanto maior o tempo de isquemia encefálica, maior a probabilidade de incapacidades permanentes, uma triagem rápida e eficiente realizada por profissionais de saúde devidamente capacitados é fundamental. O principal objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento dos profissionais da saúde em uma população do sul do Brasil sobre o AVE. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal com caráter exploratório realizado no município de Araranguá/SC. Foi desenvolvido um questionário com uma seção de perguntas sociodemográficas e outra de conhecimentos específicos acerca do AVE. Além disso, foram criados requisitos para avaliar as respostas quanto a sua adequação e definidas as ferramentas e métodos estatísticos necessários para conduzir a análise de dados. Resultados: A amostra final totalizou 296 participantes com idade média de 34,5±10,5 anos e predominância do sexo feminino. O percentual médio de acertos para todos os grupos profissionais foi de 46,6%. Médicos e internos de medicina tiveram desempenho superior no questionário em relação às outras categorias profissionais (p<0,03). Os indivíduos que realizaram cursos de capacitação a respeito do AVE apresentaram uma taxa de acertos estatisticamente maior (p=0,039). Para mais, encontrou-se uma correlação negativa entre anos de experiência e percentual de acertos no questionário. Conclusão: Foi identificado que os profissionais da saúde, especialmente os não-médicos, possuem lacunas no conhecimento sobre o AVE, sugerindo a necessidade de políticas públicas voltadas ao aperfeiçoamento da formação e educação continuada desses profissionais.