Um prisma sobre o Estágio Supervisionado no contexto da pandemia de COVID-19: percepções de egressos da Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina

Abstract

No dia 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma pandemia. Essa designação reconhece que na época existiam surtos de COVID-19 em vários países e regiões do mundo, sendo o Brasil um deles. Por essa razão as aulas presenciais de escolas e universidades foram suspensas e, em vista disso, foi adotado o Ensino Remoto Emergencial (ERE) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que se estendeu até o início de 2022. Nessa transição de ensino, os professores tiveram que adaptar suas aulas para o online, incluindo até mesmo atividades práticas que são previstas no ensino presencial. Uma das muitas disciplinas que sofreu uma readaptação e perdeu seu caráter presencial, foi o Estágio Supervisionado Obrigatório dos cursos de Licenciatura. À vista disso, o objetivo deste trabalho é analisar as percepções dos egressos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFSC acerca dos desafios e possibilidades que tiveram durante e após a realização do Estágio Supervisionado no ensino de Ciências e Biologia no ERE. Para tal, a partir de uma pesquisa qualitativa, aplicou-se um questionário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas, o qual foi analisado textualmente de modo interpretativo. Como principais resultados foram elencados dificuldades estruturais, metodológicas e relativas à saúde mental dos estudantes, em especial a sensação de insegurança e despreparo para atuar posteriormente na profissão docente. As potencialidades centrais foram relativas ao uso das tecnologias e a flexibilização do tempo. Observou-se que a formação complementar referente a estágios não obrigatórios, programas como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e outras atividades de extensão são cruciais na construção de preparo e confiança sobre a prática docente e que a inclusão de formação inicial e continuada para Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) demonstra-se como fundamental para cenários futuros da docência.