Incêndios, queimadas, qualidade do ar e doenças respiratórias: o caso do Pantanal brasileiro

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Incêndios, queimadas, qualidade do ar e doenças respiratórias: o caso do Pantanal brasileiro

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Title: Incêndios, queimadas, qualidade do ar e doenças respiratórias: o caso do Pantanal brasileiro
Author: Silva, Amanda Rodrigues da
Abstract: Nos últimos anos as queimadas e os incêndios florestais têm acontecido com mais frequência no Brasil, e no ano de 2020 alcançaram números recordes. O bioma Amazônia concentrou a maior parte dos focos de incêndio, no entanto, mais de 30% do território do bioma Pantanal foi queimado. A poluição atmosférica, principalmente relacionada às queimadas e incêndios florestais, gera material particulado que impacta negativamente a qualidade do ar. Portanto, afeta a saúde humana, levando a problemas principalmente no aparelho respiratório. De acordo com diretrizes recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), o limite aceitável da concentração média diária em 24 horas de material particulado fino (PM2.5) não pode ultrapassar os níveis de exposição de 15 µg/m3, e a média anual não pode ultrapassar 5 µg/m3. Esta pesquisa busca analisar a relação entre a concentração de PM2.5 emitido pelas queimadas e incêndios florestais e as internações hospitalares por doenças respiratórias (DRs) na população do Pantanal brasileiro. O método de trabalho é um estudo de séries temporais realizado com os dados dos municípios abrangidos pelo bioma Pantanal nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, entre os anos de 2016 e 2019. Os dados de internações hospitalares foram obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os níveis diários de PM2.5 e focos de queimadas foram estimados e disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A análise espaço-temporal dessas variáveis e outras delas derivadas foi realizada usando o modelo dimensional, para facilitar análises em vários níveis de agregação dos dados. Também foram realizadas análises de correlação e regressão linear simples. Os maiores níveis médios de PM2.5 e a maior quantidade de focos de queimadas foram detectados durante os meses de julho a outubro no Pantanal brasileiro. Os resultados dos experimentos, analisando os dados mês a mês, não mostraram impacto imediato de altas concentrações de PM2.5 no número de internações por DRs. Por outro lado, observou-se maior número de internações por problemas respiratórios em anos e municípios com maior número de dias em que as concentrações médias de PM2.5 ficaram acima de 15 µg/m3, nível máximo aceitável segundo diretrizes da OMS, e que foi ultrapassado em todos os municípios da área de estudo e anos da série histórica. O estado do Mato Grosso apresentou maior número de dias de exposição ao PM2.5 e, também, o maior número de internações por DRs, em comparação ao estado do Mato Grosso do Sul, considerando os quatro anos da série histórica analisada. Assim, conclui-se que os incêndios florestais e as consequentes altas concentrações de material particulado fino oferecem risco à saúde das populações a médio e longo prazo.Abstract: In recent years forest fires have occurred more frequently in Brazil, and in 2020 they reached record numbers. The Amazon biome concentrated most of the fires, however, more than 30% of the territory of the Pantanal biome was burned. Atmospheric pollution, mainly related to forest fires and fires, generates the production of particulate matter that negatively impacts air quality and. Therefore, affects human health, leading to problems mainly in the respiratory system. According to recent World Health Organization (WHO) guidelines, the acceptable limit of the 24-hour average daily concentration of fine particulate matter (PM2.5) cannot exceed exposure levels of 15 µg/m3, and the annual average cannot exceed 5 µg/m3. This research seeks to analyze the relationship between the concentration of PM2.5 emitted by forest fires and hospital admissions for respiratory diseases (RDs) in the population of the Pantanal. The work method is a time series study carried out with data from the municipalities covered by the Pantanal biome in the states of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul, between the years 2016 and 2019. Data on hospital admissions were obtained from the Department of Informatics of the Unified Health System (DATASUS). The daily levels of PM2.5 and fire outbreaks were estimated and made available by the National Institute for Space Research (INPE). The spatial-temporal analysis of these variables and others derived from them was performed using the dimensional model, to facilitate analyzes at various levels of data aggregation. Correlation and linear regression analyzes were also performed. The highest average levels of PM2.5 and the highest number of fires were detected from July to October. The results of the experiments, analyzing the data month by month, did not show an immediate impact of high concentrations of PM2.5 on the number of hospitalizations for RDs. On the other hand, a greater number of hospitalizations for respiratory problems was observed in years and municipalities with a greater number of days in which the average concentrations of PM2.5 were above 15 µg/m3, the maximum acceptable level according to WHO guidelines, and that was surpassed in all municipalities in the study area and years of the historical series. The state of Mato Grosso had the highest number of days of exposure to PM2.5 and also the highest number of hospitalizations for RDs, compared to the state of Mato Grosso do Sul, considering the four years of the historical series analyzed. Thus, it is concluded that forest fires and the consequent high concentrations of fine particulate material pose a risk to the health of populations in the medium and long term.
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais, Florianópolis, 2023.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/251344
Date: 2023


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