Guia de campo da excursão pedológica da rocha à garrafa: geologia, solos e vinhos

Abstract

Os solos da região de São Joaquim têm como característica marcante os elevados teores de matéria orgânica, devido as condições climáticas predominantes de elevados índices pluviométricos e baixas temperaturas na maior parte do ano. Essas condições climáticas propiciam a formação de solos com horizontes Hístico e Húmico, que são fontes de carbono orgânico e que devem ser manejados com maior atenção, pois, se perturbados, esses horizontes podem disponibilizar carbono para a atmosfera e contribuir para o aumento dos gases do efeito estufa e, em consequência, para o aquecimento global. Outra característica relevante desses solos é o predomínio de textura argilosa, por possuírem como material de origem rochas vulcânicas com textura fina. Além de um pH ácido, que está associado aos altos teores de hidrogênio e alumínio desses solos e, consequentemente, baixos teores de cálcio, magnésio e potássio no complexo sortivo. A excursão pedológica DA ROCHA À GARRAFA: geologia, solos e vinhos de altitude permitiu evidenciar que o uso atual dos solos da região, no caso o cultivo das videiras, é recomendado e vem sendo conduzido com sucesso. Dentre as classes de solos apresentadas, os Nitossolos e os Cambissolos possuem maior potencial de utilização. Já os Neossolos e Organossolos possuem maiores limitações ao uso agrícola, seja com culturas ou florestal. Os Organossolos, pelas características do horizonte Hístico já apontadas, devem ser destinados prioritariamente para áreas de preservação, como hot spots de espécies endêmicas e de acúmulo de carbono orgânico.