Abstract:
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A uva (Vitis spp.) possui uma combinação única de fitoquímicos que inclui uma abundante variedade de compostos bioativos. A eficácia dos polifenóis presentes na uva para redução da inflamação tem sido justificada tanto pela modulação de vias inflamatórias quanto pela redução de espécies reativas de oxigênio. Esse papel pode ser interessante no âmbito do exercício físico, a fim de melhorar a recuperação muscular e o desempenho esportivo. O objetivo desse estudo foi analisar o efeito do consumo de suco de uva roxa (Vitis labrusca) sobre parâmetros relacionados ao desempenho esportivo e ao dano muscular induzido pelo exercício (DMIE) em corredores treinados do sexo masculino. Trata-se de um ensaio clínico paralelo, placebo controlado e duplo-cego, com intervenção alimentar por seis dias e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. Os participantes receberam 600 mL de suco de uva roxa ou placebo. A amostra foi selecionada por conveniência e constituída por 21 corredores do sexo masculino. A coleta de dados foi conduzida em quatro etapas para cada participante entre os meses de abril a agosto de 2023. Foram coletados dados pessoais, registro de atividade física e do consumo alimentar por meio de três registros alimentares coletados de maneira online. A composição corporal foi avaliada através de densitometria computadorizada por absorciometria radiológica de dupla energia (DXA). O DMIE foi induzido por meio de corrida em declive e avaliado em quatro momentos por meio dos marcadores séricos e indiretos: Creatina Kinase (CK), Lactato Desidrogenase (LDH) e Aspartato Aminotransferase (AST). O desempenho físico foi avaliado por meio de salto vertical contramovimento, realizado em cinco momentos, e teste contrarrelógio de 5 km, realizado em dois momentos. Devido ao andamento da pesquisa durante a elaboração deste relatório, é apresentada aqui a análise descritiva dos dados de 14 participantes, sem a revelação do cegamento do estudo. A média de idade dos participantes foi 29,64 (± 6,57) anos. Pode-se observar que o percentual de gordura corporal (%GC) médio dos participantes foi de 14,08 (± 7,65). O volume máximo de oxigênio (VO2máx) foi de 58,21 (± 7,01) mL/kg/min. Os dados de marcadores indiretos de DMIE no baseline, no pré teste de indução de DMIE, após teste de indução de DMIE e nas 48 horas após o teste de indução de DMIE foram, respectivamente: CK (U/L): 191,86 (± 118,34), 207,64 (± 117,37), 276,43 (± 112,21), 321,14 (± 267,67); AST (U/L): 23,5 (± 7,23), 22,07 (± 4,94), 27,28 (± 8,19), 28,21 (± 14,05); LDH (U/L): 178,28 (± 18,18), 171,85 (± 17,55), 221,71 (± 29,52), 184,43 (± 21,41). O tempo médio do teste de contrarrelógio de 5 km no baseline e após 4 dias de intervenção foi 1288,21 (± 187,98) e 1405,71 (± 243,35) segundos, respectivamente. Os dados de salto vertical contramovimento no baseline, no pré indução do DMIE, após indução do DMIE, após teste de contrarrelógio de 5 km e no último dia de intervenção foram: 30,63 (± 5,32) cm, 29,04 (± 4,5) cm, 31,73 (± 6,5) cm, 31,85 (± 6,25) cm e 27,47 (± 6,05) cm, respectivamente. Considerando que, até o momento, não houve a revelação do cegamento do estudo, que permitirá elucidar qual é o efeito da intervenção com suco de uva comparado ao placebo em corredores treinados do sexo masculino, pode-se concluir que a amostra analisada (n=14) apresentou, em geral, resultados esperados para os testes e análises propostos e a etapa que estes foram realizados, conforme o desenho do estudo realizado. |