Investigação de alterações de desenvolvimento e comportamento em crianças com risco de Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Extremo Sul de Santa Catarina

Abstract

Objetivos: identificar crianças com triagem positiva para TEA e investigar nestas o risco para alterações no desenvolvimento, comportamento e possíveis associações com a preocupação parental. Métodos: estudo transversal, realizado com crianças de 18 e 34 meses e seus responsáveis. O rastreio do TEA foi obtido pelo questionário “Observações dos Pais sobre a Interação Social (POSI)”. Informações do desenvolvimento da criança pelo “Teste de triagem de desenvolvimento-Denver II”. O risco de alterações no comportamento e preocupação dos pais foram obtidos pelos questionários do “Survey of Wellbeing of Young Children (SWYC BR)". O nível socioeconômico pela “Classificação Socioeconômica da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP)”. Realizou-se uma análise descritiva das variáveis categóricas e das medidas de tendência central das variáveis contínuas. Analisaram-se as associações entre as variáveis pelos testes Qui-quadrado e Exato de Fisher, considerando associações significantes quando p≤0,05 pelo programa Epi InfoTM, Versão 7.0. Resultados: Das 541 crianças, 3,49% apresentaram risco para TEA, 53,63% do gênero masculino, com idade média de 26 meses. Destas, 10,53% apresentou suspeita de alteração no comportamento e 50% de desenvolvimento, com maior acometimento da linguagem (44,44%). Houve associações entre a preocupação parental com alteração no comportamento (p=0,03) e desenvolvimento (p=0,04). Conclusão: As crianças com risco de TEA avaliadas apresentaram maior risco de alterações desenvolvimento em relação ao comportamento. Verificou-se que a existência de associação entre a preocupação parental com o risco de alterações no desenvolvimento e comportamento pode auxiliar no rastreio precoce de TEA.

Objectives: to identify children with positive screening for ASD and investigate their risk for developmental and behavioral changes and possible associations with parental concern. Methods: cross-sectional study, carried out with children aged 18 and 34 months and their parents. Screening for ASD was obtained by the "Parent Observations on Social Interaction (POSI)" questionnaire. Information on child development by the "Developmental Screening Test-Denver II". The risk of behavioral changes and parental concern were obtained by the "Survey of Wellbeing of Young Children (SWYC-BR)" questionnaires. Socioeconomic level by the "Socioeconomic Classification of the Brazilian Association of Research Companies (ABEP)". A descriptive analysis of categorical variables and central tendency measures of continuous variables was performed. The associations between variables were analyzed by the Chi-square and Fisher's Exact tests, considering significant associations when p≤0.05 by the Epi InfoTM program, Version 7.0. Results: Of the 541 children, 3.49% presented risk for ASD, 53.63% male, with a mean age of 26 months. Of these, 10.53% had suspected behavioral and 50% developmental changes, with greater involvement of language (44.44%). There were associations between parental concern with altered behavior (p=0.03) and development (p=0.04). Conclusion: The evaluated children at risk for ASD were at higher risk for developmental changes in relation to behavior. It was verified that the existence of association between parental concern with the risk of alterations in development and behavior can help in the early screening of ASD.