Medicalização, práticas escolares e o TDAH: desafios atuais

Abstract

Este trabalho de conclusão de curso teve como objetivo compreender a partir das pesquisas publicadas na ANPED, como tem sido construída a relação entre a concepção do TDAH, o processo de medicalização e as práticas escolares. Para tal, foi realizada uma pesquisa de natureza qualitativa com um levantamento de produção bibliográfica referente a produção diagnóstica do TDAH nas escolas. Primeiramente, foi realizada uma busca de produções científicas publicadas nas reuniões da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), nos Grupos de Trabalho de Ensino Fundamental (GT 13), Educação Especial (GT 15) e Psicologia e Educação (GT 20). A busca foi organizada por palavras-chaves que possibilitaram a identificação de textos, a partir das palavras apresentadas nos títulos, sobre o tema de pesquisa resultando no total de dezessete trabalhos. Após o levantamento de produção, iniciou-se a leitura e análise do conteúdo de cada artigo. A partir das leituras foram elaborados três eixos de análise: 1) Normalização dos corpos e o disciplinamento; 2) Medicalização do comportamento e da aprendizagem e 3) O diagnóstico do TDAH como norteador das ações pedagógicas. A partir dos estudos, percebe-se a necessidade do debate sobre práticas pedagógicas que produzam uma desconstrução da lógica medicalizante presente nas escolas e a forma que tem utilizado os diagnósticos como definidores e norteadores das ações e relações escolares. Percebeu-se que há bastante resistência no âmbito escolar de produzir um olhar para os estudantes que os coloque em um lugar potente de sujeito aprendiz, participativo, criativo e inventivo da própria relação pedagógica.