Abstract:
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Foi atendido no Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal de Pelotas (HCV –
UFPEL) no dia 20 de junho de 2022 um canino, da raça Pitbull, 2 anos e 7 meses, pesando
21,7kg, encaminhada de outro hospital veterinário com histórico de trauma e presença de
abscesso em lateral do tórax, com produção de efusão pleural em grande quantidade e má
resposta ao tratamento clínico. A paciente chegou com sinais de desidratação e anorexia e logo
foi encaminhada para coleta de sangue para a realização de hemograma, exames bioquímicos e
contagem de reticulócitos. Também foi realizada radiografia e exame ultrassonográfico. A
primeira conduta foi a colocação de um dreno torácico. A paciente permaneceu na internação
recebendo fluidoterapia e oxigenioterapia, porém, sem melhora do quadro clínico. Optou-se
então, pela realização de uma toracotomia exploratória, realizada no dia 22/06/2022. Como
medicação pré-anestésica, foi utilizado morfina na dose de 0,5mg/kg, aplicada por via
intramuscular. A indução anestésica foi feita utilizando propofol na dose de 4mg/kg, lidocaína
na dose de 1mg/kg e cetamina na dose de 1mg/kg, todos por via intravenosa. Optou-se por
realizar o bloqueio locorregional intercostal, o anestésico de escolha foi a bupivacaína, na dose
de 2mg/kg e concentração de 5mg/ml. A manutenção da paciente se deu por anestesia inalatória,
com isofluorano, em associação a anestesia parcial intravenosa (PIVA), onde foram realizadas
infusões contínuas de lidocaína, cetamina e remifentanil. Os parâmetros monitorados durante o
procedimento foram FC, FR, PAS, PAD, PAM, SpO2, EtCO2, temperatura corporal e
porcentagem fornecida de anestésico inalatório através do analisador de gases. A ventilação
mecânica foi iniciada no momento em que o tórax foi aberto, sendo mantida até o final do
procedimento em uma ciclagem por volume associado a pressão. Os parâmetros foram
avaliados a cada 15 minutos, e durante todo o procedimento, o paciente se manteve em plano
anestésico adequado. A ventilação mecânica foi desligada totalmente ao final do procedimento,
juntamente com as infusões que estavam sendo utilizadas. A recuperação da paciente se deu de
forma tranquila, onde logo após o término da cirurgia, já estava acordando e respirando
espontaneamente. Ao final do procedimento, foram recolocados dois drenos torácicos que
permaneceram por 24h para drenagem de possível secreção, e com o intuito de fornecer maior
analgesia ao pós-operatório do paciente com a administração de bupivacaína, na mesma dose
utilizada para o bloqueio locorregional (2mg/kg), sendo administrada de 8 em 8 horas. |