A literatura afro-brasileira para a infância: de mulheres para meninas

Abstract

A pesquisa em pauta tem como tema a Literatura para a Infância e a Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER), em que vislumbra analisar livros escritos por mulheres negras com representação de personagens femininas negras (meninas e mulheres), a partir de um mapeamento da literatura para a infância que enalteça o protagonismo autoral da mulher negra e de personagens representativas de meninas e mulheres também negras. O mapeamento trouxe à cena 78 títulos produzidos por 38 escritoras e 45 ilustradoras/es, desse conjunto selecionamos três livros para análise com base em três categorias 1) Fenótipos, 2) Famílias, 3) moradia. Além das categorias para escolha dos livros utilizamos três fios condutores que norteiam nossa pesquisa, 1) títulos que não tenham sido recorrentes em trabalhos acadêmicos; 2) temáticas que dialogam, porém com narrativas diferentes e 3) títulos que abordam mais de uma categoria selecionado, desse modo os títulos selecionados são Os noves pentes da África, de Cidinha da Silva; Palmas e Vaias, de Sonia Rosa e Entremeio sem babado, de Patrícia Santana. Esta pesquisa conta com aporte teórico de estudiosos que debatem sobre a literatura infantil e afro-brasileiro: Debus (2017, 2010) Fagunes (2017), Gouvea (2000), Jovino (2006, 2017); Relação Étnico-Racial e a Lei 10.639/2003: Santos (2013), Cruz (2005), Fonseca (2001); características e fenótipos de meninas negras: Romão (2001), Mesquita, Teixeira, e Silva (2019), Santos (2013); Família: Silva (2020), Grossi, e Santos (2021), Tokia (2013), e, Moradia: Pereira (2020) entre outros. No mapeamento e na análise das narrativas fica perceptível uma ampliação da literatura afro-brasileira produzida por mulheres negras e com personagens meninas/mulheres, no entanto, é importante um avanço com mais reconhecimento dessas escritoras negras ampliando o protagonismo de personagens negras, para isso as políticas públicas de promoção da igualdade racial, a inserção dos títulos no espaço escolar, e até os questionamentos de conteúdos e práticas pedagógicas, pois só assim podemos constatar se existe a construção de uma educação antirracista.

Abstract: The research in question has as its theme Literature for Childhood and the Education of Ethnic Racial Relations (ERER), in which it envisages analyzing books written by black women with representation of black female characters (girls and women), from a mapping of literature for children that extols the authorial protagonism of black women and of characters representing black girls and women. The mapping brought to the scene 78 titles produced by 38 writers and 45 illustrators, from this set we selected three books for analysis based on three categories 1) Phenotypes, 2) Families, 3) Housing. guiding threads that guide our research, 1) titles that haven ot beenr ecurrent in academic works; 2) themes that dialogue, but with different narratives and 3) titles that address more than one selected category, so the selected titles are Os noves pentes da África, by Cidinha da Silva;Palmas e Vaias, by Sonia Rosa and Entremeio sem babado. , by Patricia Santana. This research has theoretical input from scholars who debate on children's and Afro-Brazilian literature: Debus (2017, 2010) Fagunes (2017), Gouvea (2000), Jovino (2006, 2017); Ethnic-Racial Relations and Law 10,639/2003: Santos (2013), Cruz (2005), Fonseca (2001); Characteristics and phenotypes of black girls: Romão (2001), Mesquita, Teixeira, e Silva (2019), Santos (2013); Family: Silva (2020), Grossi, and Santos (2021), Tokia (2013), and, House: Pereira (2020) among others. In the mapping and analysis of the narratives, an expansion of AfroBrazilian literature produced by black women and with girls/women charactersis noticeable, however, it is important to advance with more recognition of these black writers, expanding the protagonism of black characters, for that the policies public policies to promote racial equality, the insertion of titles in the school space, and even the question ing of content and pedagogical practices, because only then can we verify if there is the construction of an anti-racist education.