Estudo sociofonético dos róticos na fala de descendentes italianos do Alto Vale do Itajaí-SC

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Estudo sociofonético dos róticos na fala de descendentes italianos do Alto Vale do Itajaí-SC

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Title: Estudo sociofonético dos róticos na fala de descendentes italianos do Alto Vale do Itajaí-SC
Author: Chaves, Maria Luíza Horneaux de Almeida
Abstract: Sob o olhar da Sociofonética, neste trabalho, buscamos caracterizar a fala dos descendentes italianos do Alto Vale do Itajaí-SC, quando produzem róticos, sons de ?r?, em contexto de r-forte, esperado para o PB. Para esse fim, selecionamos como corpus de pesquisa, róticos produzidos em onset silábico inicial e medial, extraídos de entrevistas semiespontâneas, com seis informantes, de 22 a 80 anos, sendo três femininos e três masculinos. Nessa região, assim como em outras regiões de descendência italiana, encontramos o tepe ([?]), como uma das variantes produzidas em contexto de r-forte. Através de análise acústica dos 147 róticos selecionados, constatou-se a gradiência dos dados e verificou-se variação nas produções, pois foram identificadas, em contexto de r-forte, além do tepe, as variantes: vibrante, vibrante espirantizada, aproximante e fricativa. A análise temporal apontou algumas diferenças estatisticamente significativas na duração dos tepes, quando produzidos em contexto de r-fraco e de r-forte; como também, entre a duração da vibrante com duas batidas e o tepe e entre a duração da fricativa e a vibrante. Os fatores que parecem condicionar o uso das variantes são idade, contexto cultural e região de origem. Na dimensão diageracional, os resultados apontam para um provável caso de mudança em tempo aparente, na produção dos róticos pela comunidade de descendentes de italianos do Alto Vale do Itajaí-SC. Na análise perceptual, aplicamos um experimento piloto de percepção em vinte e cinco ouvintes, divididos em três grupos: de Rio do Sul, não-descendentes de italianos; descendentes de italianos e de outras comunidades. Constatamos que os participantes do grupo de descendentes italianos percebem alguns traços fonéticos que contrastam, através da audição dos estímulos sintetizados, o r-fraco e o r-forte. E grande parte das vibrantes com duas batidas, produzidas em contexto de r-forte, foram percebidas pelos ouvintes de outras comunidades como r-fraco (61,33%), fato que parece respaldar a impressão de que nesta comunidade são produzidos mais tepes em contexto de r-forte do que de fato se constatou nos dados analisados.Abstract: From the perspective of Sociophonetics, in this work, we seek to characterize the speech of Italian descendants from Alto Vale do Itajaí-SC, when they produce rhotic, ?r? sounds, in a strong-r context, expected for BP. For this purpose, we selected as research corpus, rhotics produced in initial and medial syllabic onset, extracted from semi-spontaneous interviews, with six informants, aged 22 to 80 years, three female participants and three male participants. In this region, as in other regions of Italian descent, we find tepe ([?]), as one of the variants produced in the context of strong-r. Through an acoustic analysis of the 147 selected rhotics, the gradient of the data was verified and there was a variation in the productions, as the variants were identified, in a context of strong-r, in addition to tepe: vibrant, spirantized, approximant and fricative. The temporal analysis showed some statistically significant differences in the duration of taps, when produced in contexts of weak-r and strong-r; as well as between the duration of the vibrant with two beats and the tepe and between the duration of the fricative and the vibrant. The factors that seem to influence the use of variants are age, cultural background and region of origin. In the diagenerational dimension, the results point to a probable case of change in apparent time, in the production of rhotics by the community of Italian descendants from the Alto Vale do Itajaí-SC. In the perceptual analysis, we applied a pilot perception experiment in twenty-five listeners, divided into three groups: from Rio do Sul, non-Italian descendants; Italian descendants and other communities. We found that the participants of the Italian descendants group perceive some phonetic features that contrast, by listening to synthesized stimuli, the weak-r and the strong-r. And most of the two-beat vibrants, produced in a strong-r context, were perceived by listeners from other communities as weak-r (61.33%), a fact that seems to support the impression that more taps are produced in this community in strong-r context of what was actually found in the analyzed data.
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Lingüística, Florianópolis, 2021.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/230959
Date: 2021


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