O caminho de casa: ensinar história com a literatura e educar-se nas relações étnico-raciais

Abstract

Esta dissertação trata sobre educação para as relações étnico-raciais no ensino de História em diálogo com a Literatura. A pesquisa foi desenvolvida em uma turma de 9º ano da Escola Estadual de Educação Básica Porto do Rio Tavares, localizada em Florianópolis, Santa Catarina, a partir da seguinte pergunta: como promover uma educação para as relações étnico-raciais - uma educação antirracista - nas aulas de História, em diálogo com a Literatura? O planejamento das aulas foi marcado pela triangulação entre as relações étnico-raciais e pelos processos históricos que estão ligados a demandas do presente e à obra literária O Caminho de Casa, de Yaa Gyasi. As biografias narradas no romance de Yaa Gyasi reverberam as milhares de histórias pessoais da diáspora africana. Os referenciais teóricos utilizados foram: Nilma Lino Gomes (2017), sobre educação antirracista; Ana Maria Monteiro (2007), (2011) e Hebe Mattos (2003), para pensar o campo do Ensino de História; Jorge Larrosa (2018), (2019) e Karen Rechia (2019), que foram inspirações para refletir acerca do ofício do professor; O percurso teórico-metodológico da pesquisa encontrou sustentação teórica na interlocução com os estudos de Ana Zavala (2008), (2015) sobre a singularidade da análise da prática de ensino de História quando realizada pela própria professora. Seus estudos ajudam a refletir sobre a forma de compreender e investigar a nossa prática docente, dando sentido à atuação em sala de aula. A dimensão propositiva recebeu o nome de Trilhas de Estudo, as quais expressam o percurso desenvolvido a partir de estratégias pedagógicas que foram criadas, a fim de inspirar possibilidades de produções e práticas nas aulas de História. Com essa pesquisa foi possível concluir que para promover as relações étnico-raciais é necessário, primeiramente, sensibilizar os estudantes para essa questão. Para isso, a literatura é um caminho potente para educar e educar-se nas relações étnico-raciais, pois formar-se professora implica um intenso movimento de reflexão sobre o que é feito em sala de aula.

Abstract: This thesis is about education for ethnic-racial relations in the teaching of History in dialogue with Literature. It was developed in the 9th grade class at the Porto do Rio Tavares State School of Basic Education, located in Florianópolis, Santa Catarina, based on the following research question: how to promote an education for ethnic-racial relations - an anti-racist education - in classes of History, in dialogue with literature? The planning of classes was marked by the triangulation between ethnic-racial relations, historical processes that are linked to the demands of the present, and the literary work ?Homegoing?, by Yaa Gyasi. The biographies narrated in Yaa Gyasi's novel reverberate as personal accounts of stories from the African diaspora. The mobilized theoretical references were: Nilma Lino Gomes (2017) on anti-racist education. Ana Maria Monteiro (2007), (2011) and Hebe Mattos (2003) to think about the field of History Teaching; Jorge Larrosa (2018) and Karen Rechia (2019) were inspirations to reflect on the teacher's job; The theoretical-methodological path of the research found theoretical support in the dialogue with the studies by Ana Zavala (2008), (2015), on the uniqueness of the analysis of the practice of teaching History when performed by the teacher herself. Their studies reflect on our way of understanding and investigating our teaching practice, giving meaning to our performance in the classroom. The propositional dimension called the name of Study Trails, which expresses the path developed from pedagogical strategies that were raised in order to inspire possibilities of productions and practices in History classes. With this possible research, to promote ethnic-racial relations, it is necessarily necessary to sensitize students to this issue. For this, literature is a powerful way to educate and educate oneself in ethnic-racial relations, since becoming a teacher implies an intense movement of reflection on what is done in the classroom.