Abstract:
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A utilização de fertilizantes minerais solúveis teve início no século XIX, mas somente no século
XX seu uso foi intensificado, sendo generalizado após a Segunda Guerra Mundial. Com o
tempo, o consumo de fertilizantes minerais solúveis nos solos aumentou em todo planeta,
inclusive no Brasil, onde grande parte deles é importada. Atualmente, o Brasil é o quarto maior
consumidor mundial desses produtos. Devido aos elevados custos, e questões relativas ao
ambiente, especialistas de diversos setores, incluindo governo e universidades, iniciaram
discussões sobre a possibilidade de utilizarem-se os pós de rochas na agricultura brasileira. A
rochagem, definida como técnica de fertilização natural dos solos com pós de rochas, sem
quaisquer modificações químicas dos mesmos, apresenta-se como alternativa na nutrição de
plantas cultivadas, tendo como exemplos a utilização de calcário e de fosfatos naturais, há
tempos já utilizados. Nessa perspectiva, avançam os trabalhos de pesquisa com rochagem no
Brasil. Em 2016 oficializaram-se as normas para que os pós de rochas comercializados no país
sejam considerados remineralizadores de solos, de acordo com critérios estabelecidos
especialmente relativos aos teores mínimos de nutrientes que neles devem estar contidos, além
de outros requisitos. Devido ao estímulo às mineradoras, com a criação regulamentar desse
recente insumo agrícola, a questão do avanço na oferta de remineralizadores muito
provavelmente será questão de tempo, apenas. O basalto tem minerais essenciais relativamente
fáceis de serem intemperizados, apresentando ainda riqueza em macro e micronutrientes
essenciais às plantas. Ainda, é abundante na Região Sul, sendo material de origem dos solos
em aproximadamente 50% da área de cada Estado. Objetivou-se neste trabalho efetuar uma
revisão bibliográfica para identificação dos estudos relativos ao uso de pó de rocha de basalto
no Brasil, com relatos benéficos em solos e plantas. Com tal objetivo identificaram-se poucos
trabalhos, havendo lacuna, ainda, em pesquisas, para disseminação do uso. Como fertilizante,
geralmente, o pó de basalto é rico em cálcio, magnésio e micronutrientes como o ferro, zinco,
cobre e manganês, sendo ocasionalmente expressivos os teores de potássio e de fósforo. A
solubilização dos nutrientes é variável, dependendo de vários fatores, relativos ao intemperismo
químico e biológico, sendo parte dos nutrientes disponibilizada já no primeiro ano após a
aplicação no solo. O pó de basalto apresenta alta potencialidade para ser utilizado como
remineralizador em solos no cultivo de plantas, mas há necessidade, ainda, de muitas pesquisas
relacionadas ao tema. |