Prevalência do aleitamento materno aos 3 meses e facilitadores reportados por cujos filhos nasceram em um hospital amigo da criança

Abstract

O aleitamento materno é essencial para o crescimento e desenvolvimento humano nos primeiros anos de vida e sua prática está aumentando, mas ainda aquém do esperado, sendo importante conhecer os fatores que podem promovê-la. O objetivo do estudo foi analisar a prevalência do aleitamento materno aos 3 meses e facilitadores de sua prática, reportados por mães que tiveram seus filhos em um hospital amigo da criança. Este estudo foi derivado de um projeto mais abrangente de pesquisa longitudinal, sendo realizada entre 30/12/2014 e 01/10/2018, com 2696 mães que tiveram seus filhos em um Hospital Amigo da Criança no sul do Brasil neste período. As participantes foram entrevistadas presencialmente no alojamento conjunto (AC) e por telefone após três, seis, doze e vinte e quatro meses. As variáveis incluíram questões fechadas e abertas com dados sociodemográficos maternos, dados dos recém-nascidos e sobre o aleitamento materno (AM). Neste estudo, são apresentados alguns dados do contato aos 3 meses e os facilitadores do aleitamento até os 3 meses relatados pelas mães. A análise de dados foi realizada com estatística descritiva e os relatos foram categorizados e posteriormente quantificados. Resultados: Foram contatadas 2054 mães após 3 meses da entrevista do AC, das quais 1795 (66,6%) estavam amamentando seus filhos, sendo 1523 (56,5%) em AM exclusivo (AME), 42 (1,65%) em AM predominante (AMP) e 227 (8,4%) em AM complementado (AMC), não sendo possível identificar se o AM era exclusivo ou não entre 4 mães. O facilitador mais frequentemente citado do AM foi a saúde do lactente (27,6%), seguido de ter conhecimento sobre a importância do AM (8,3%), pelas mães em AME. O vínculo mãe-filho foi bastante citado pelas mães que estavam em AME (8,2%) e AMP (16,9%) e a satisfação materna em amamentar (10,2%) pelas que estavam em AMP. Entre as mães que estavam em AMC, a satisfação materna (6,2%) e ter sido orientada por profissionais sobre a prática (5,9%) foram citadas com frequência. Outros facilitadores citados foram: ter experiência prévia com AM, praticidade, desejo de amamentar, apoio familiar, uso de bico de silicone e bom desenvolvimento da criança. Conclusões: O conhecimento da importância do LM para a saúde da criança, o vínculo mãe-filho, a satisfação materna, bem como orientação e experiência prévia são facilitadores do AM aos 3 meses. Os achados ressaltam a importância da continuidade da disseminação de informações e sobre as vantagens do aleitamento materno para a população e orientações e suporte às lactantes.

Breastfeeding is essential for human growth and development in the first years of life and its practice is increasing, but still below expectations, it is important to know the factors that can promote it. The aim of the study was to analyze the prevalence of breastfeeding at 3 months and facilitators of its practice, reported by mothers who had their children in a child-friendly hospital. This study was derived from a more comprehensive longitudinal research project, being carried out between 12/30/2014 and 10/01/2018, with 2696 mothers who had their children at a Baby-Friendly Hospital in southern Brazil during this period. Participants were interviewed in person in rooming-in (AC) and by telephone after three, six, twelve and twenty-four months. Variables included closed and open questions with maternal sociodemographic data, newborn data and breastfeeding (BF) data. In this study, some contact data at 3 months and breastfeeding facilitators up to 3 months reported by the mothers are presented. Data analysis was performed using descriptive statistics and reports were categorized and subsequently quantified. Results: 2054 mothers were contacted after 3 months of the AC interview, of which 1795 (66.6%) were breastfeeding their children, 1523 (56.5%) in exclusive breastfeeding (EB), 42 (1.65%) in predominant breastfeeding and 227 (8.4%) in complementary breastfeeding, it was not possible to identify whether BF was exclusive or not among 4 mothers. The most frequently cited facilitator of breastfeeding was the infant's health (27.6%), followed by having knowledge about the importance of BF (8.3%) by mothers in EBF. The mother-child bond was frequently mentioned by mothers who were in EBF (8.2%) and predominant breastfeeding (16.9%) and maternal satisfaction in breastfeeding (10.2%) by those who were in predominant breastfeeding. Among mothers who were in complementary breastfeeding, maternal satisfaction (6.2%) and having been guided by professionals about the practice (5.9%) were mentioned frequently. Other facilitators mentioned were: having previous experience with breastfeeding, practicality, desire to breastfeed, family support, use of silicone nipples and good child development. Conclusions: The knowledge of the importance of breast milk for the child's health, the mother-child bond, maternal satisfaction, as well as guidance and previous experience are facilitators of BF at 3 months. The findings highlight the importance of continuing to disseminate information and about the advantages of breastfeeding for the population and guidance and support for breastfeeding women.