PERDA AUDITIVA AUTORREFERIDA E DECLÍNIO FUNCIONAL: UM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL NO SUL DO BRASIL

Abstract

Objetivo: Estimar a associação entre perda auditiva autorreferida e declínio funcional de acordo com o sexo em participantes do estudo EpiFloripa Idoso. Métodos: Trata-se de um estudo transversal e analítico, realizado com dados do inquérito do Estudo EpiFloripa Idoso 2017/19, uma coorte de base populacional realizada na cidade de Florianópolis, SC desde 2009. A variável dependente foi a incapacidade funcional e a exposição principal foi a perda auditiva autorreferida. Tanto para a análise bruta (bivariada) quanto para a ajustada, a odds ratio (OR) foi utilizada como medida de associação, estimada por meio da análise de Regressão Logística. Durante as análises, levou-se em consideração o delineamento complexo do estudo e o peso amostral do banco de dados. Resultados: A prevalência de perda auditiva autorreferida dos idosos foi de 30,2% e 70,8% apresentou incapacidade funcional, ao relatar ter dificuldade para realização de uma ou mais atividade de vida diária (AVD), em ambos os sexos. As mulheres com perda auditiva apresentaram 3,27 (IC95%:1,65; 6,49) vezes mais chance de possuir incapacidade funcional, quando comparadas às mulheres sem perda auditiva. Não foi observada associação entre os homens (OR:1,18; IC95%: 0,61; 2,27). Conclusão: O declínio funcional expresso pelas dificuldades relatadas para realização de uma ou mais AVD, apresentou-se associado à perda auditiva autorreferida especialmente para as mulheres.