Fertilização em tanques da macroalga Kappaphycus alvarezii em alta densidade com efluente de sistema de bioflocos

Abstract

O presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de diferentes concentrações de efluente de bioflocos de cultivo de camarão Litopenaeus vannamei e períodos de fertilização, no cultivo em altas densidades (21 g L-1) da macroalga Kappaphycus alvarezii. Para tanto, as macroalgas foram aclimatadas por sete dias no escuro, com aeração constante, em água do mar esterilizada com salinidade 35‰ e temperatura de 24,0 ± 2,0 °C. Para avaliar a melhor concentração de efluente BFT, três tratamentos foram testados em quadruplicata: BFT25 (25%), BFT50 (50%) e BFT100 (100%). A fertilização foi realizada semanalmente por 3 dias, e posteriormente, as algas foram cultivadas por 4 dias em água do mar esterilizada. Esse processo foi repetido durante cinco semanas. Após este período, todas as amostras foram mantidas apenas em água do mar esterilizada, por mais cinco semanas, com duas trocas semanais. Para comparar os diferentes regimes de fertilização em alta (21 g L-1) e baixa densidade (7g L-1), 4 tratamentos foram testados em triplicata: T21/25; T7/25; T21/50; T7/50, onde T21 e T7 indicam a densidade de 21 e 7 g L-1 respectivamente, e 25 e 50 a concentração de efluente BFT (25% e 50%) usada na fertilização. Os tratamentos T21/25 e T7/25 foram fertilizados por 7 dias, enquanto os tratamentos T21/50 e T7/50 foram fertilizados por 3 dias e posteriormente, cultivados em água do mar esterilizada por mais quatro dias. Os cultivos foram realizados durante 5 semanas. O tratamento BFT100 promoveu maior crescimento em água do mar, porém apresentou maior incidência da enfermidade “ice-ice”. Portanto, para a manutenção de linhagens de K. alvarezii em laboratório para posterior cultivo no mar, recomendamos o cultivo em alta densidade por 3 dias por semana em BFT 50.

The present work aimed to evaluate the effect of different concentrations of biofloc effluent from shrimp cultivation of Litopenaeus vannamei and fertilization periods, in high density cultivation (21 g L-1) of the seaweed Kappaphycus alvarezii. For this, seaweeds were acclimated for seven days in the dark, in sterile seawater with 35 ‰ salinity, with constant aeration and a temperature of 24.0 ± 2.0 °C. To evaluate the best concentration of BFT effluent, three treatments were tested in quadruplicate: BFT25 (25%), BFT50 (50%) and BFT100 (100%). Fertilization was carried out weekly for 3 days, and subsequently, the seedlings were cultivated for 4 days in sterilized seawater. This process was repeted for five weeks. After this period, all samples were kept only in sterile seawater for another five weeks, with two weekly water changes. To compare the different fertilization regimes in high (21 g L-1) and low density (7g L-1), 4 treatments were tested in triplicate: T21/25; T7/25; T21/50; T7/50, where T21 and T7 indicate the density of 21 and 7 g L-1 respectively, and 25 and 50 the concentration of BFT effluent (25% and 50%) used in fertilization. Treatments T21/25 and T7/25 were fertilized for 7 days, while treatments T21/50 and T7/50 were fertilized for 3 days and after, cultivated in sterile seawater for another four days. Cultivation were carried out for 5 weeks. The BFT100 treatment promoted greater growth in seawater but has a higher incidence of “ice-ice” disease. Thus, for maintenance of K. alvarezii strains in the laboratory further cultivation in the sea, we recommend cultivation in high density for three days weekly in BFT 50.