Educação, memórias e histórias das mulheres Kaingang da Aldeia Setor KM 10 da T.I Guarita

Abstract

O estudo que aqui apresento é parte de minhas pesquisas para obtenção do título de licenciada na Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, junto a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), de 2016 a 2019. O estudo visa trazer a compreensão das práticas tradicionais do dia a dia das mulheres Kaingang, que são relevantes ao ensino aprendizagem cultural, especificamente na aldeia Setor KM 10 no interior da Terra Indígena Guarita, noroeste do Rio Grande do Sul. No decorrer da pesquisa passei vários dias acompanhando, observando e participando ativamente das atividades coletivas da aldeia, ouvindo os relatos das suas memórias sobre suas trajetórias, e de como nos dias de hoje consequentemente contribui para harmonia entre todos, pois todos trazem consigo desde criança as explicações espirituais, cosmológicas, mitológicas e estes desenvolvem durante toda sua vida. Vínculo materno associado à sua aldeia, terra e natureza que as mulheres retomam enquanto agentes sociais na comunidade. Ao longo do texto nos debruçaremos sobre pontos que consideramos fundamentais sobre a mulher Kaingang, a saber: Formas de educar os filhos; Formas de manutenção cultural e auxílio na sustentabilidade cotidiana; As formas de estabelecer relações entre o mundo dos humanos e o mundo dos espíritos. O tema escolhido também se dá para entender e registrar as relações que as mulheres indígenas têm com a terra, natureza e espiritualidade, trajetória de resistência e de lutas no processo de conquista do território.