Abstract:
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O uso de produtos químicos no controle de doenças na agricultura tem sido questionado pela sociedade, devido aos efeitos adversos causados pela sua utilização. Buscando métodos de controle menos agressivos e de baixo impacto ambiental, a utilização de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais é uma alternativa para reduzir os riscos e problemas referentes à utilização dos produtos convencionais. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico sobre o controle de doenças em plantas através do uso de extratos ou óleos essenciais de plantas medicinais no Brasil. Para isso, foram contabilizadas as Universidades públicas do Brasil e quais apresentam programas de Pós-Graduação com linhas de pesquisa na área da Fitopatologia e desenvolvem pesquisas referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais no controle de fitopatógenos. Também, foram verificados seus respectivos periódicos científicos e os trabalhos publicados no período de 2009 a 2019 com o tema levantado. No levantamento, encontrou-se um total de 87 Universidades públicas no Brasil (49 Federiais e 38 Estaduais), sendo a região Nordeste destaque com 29 (33,3%). Dentre todas as Universidades do país, 33,3% apresentam cursos de Pós-Graduação com linhas de pesquisa no tema proposto, sendo o Sul destaque com quase 70% das universidades da região. Em relação aos periódicos científicos, foram encontrados 76 trabalhos científicos publicados em 26 periódicos no período de 2009 a 2019. A região Sul do país foi destaque em trabalhos publicados (26), destacando-se a revista Semina, localizada no estado do Paraná com 12 publicações. Entre os trabalhos científicos encontrados, foram citadas 68 espécies vegetais utilizadas como extratos e/ou óleos essenciais para o uso de controle de doenças em plantas, destas as mais mencionadas foram as espécies Cymbopogon citratus, Cymbopogon nardus e Lippia alba. Em relação aos patógenos, foram 35 espécies estudadas para controle nos trabalhos científicos publicados, onde o fungo mais citado foi o Colletotrichum gloeosporioides, bactéria foi a Xanthomonas axonopodis, nematoide foi o Meloidogyne e vírus não foi encontrado nenhum registro. Durante o período citado, os anos com mais trabalhos científicos publicados foram entre os anos 2018 e 2016 e os com menor número de publicações foram os anos 2010 e 2019. Com base nesse levantamento, foi possível observar a diferença entre as regiões do país em relação à quantidade de Universidades, cursos de Pós-Graduação e trabalhos científicos publicados nos periódicos com linhas de pesquisa sobre o tema proposto. Além disso, apesar de existir a busca por métodos de controle de doenças em plantas alternativas ao uso de produtos químicos, o método de controle utilizando extratos e óleos essenciais de plantas medicinais ainda é recente e pouco difundido, havendo poucos trabalhos científicos encontrados nos últimos dez anos. O controle de doenças em plantas utilizando extrato ou óleo essencial de plantas é comprovado, contudo, maioria dos trabalhos encontrados foi testada somente em laboratório. Por fim, o número de espécies vegetais estudadas para a finalidade de produção de extrato ou/e óleo nos trabalhos encontrados é relativamente pequena. |