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Há ainda desperdício de água no setor da irrigação no Brasil. Isso se deve
ao uso de sistemas de irrigação ineficientes, à falta de manutenção dos
equipamentos e também à falta de conhecimento do produtor da
capacidade de armazenamento de água dos solos, das necessidades de
água das plantas e dos problemas causados por uma irrigação inadequada.
Primavera do Leste é um município brasileiro do estado de Mato Grosso
que em 2016 já contava com 238 equipamentos de pivô central
abrangendo uma área de cerca de 31 mil hectares irrigados. Assim o
objetivo deste trabalho foi retratar o perfil do produtor irrigante da região,
através da elaboração e aplicação de um questionário e selecionar duas
fazendas com métodos de manejo de irrigação diferentes para avaliação
do uso da água, com foco nos excessos de lâmina aplicados e suas causas.
A avaliação é baseada na metodologia da empresa iCrop que consiste na
determinação da capacidade de armazenamento de água do solo, no
diagnóstico do desempenho do equipamento, no balanço hídrico em que
aparecem os excessos de água aplicados e no acompanhamento do
consumo de energia gerando o custo do milímetro aplicado. Na Fazenda
Cidade Verde, que utiliza o método do balanço hídrico com planilhas
eletrônicas, o equipamento estava em ótimas condições de
funcionamento, porém a magnitude dos parâmetros técnicos somada a
tomada de decisão cautelosa resultou em excessos de irrigação na casa
dos 20%, quantidade de água que poderia ser utilizada, frente as mesmas
circunstâncias, para a produção adicional de 27% em área. Na Fazenda
JB durante o período de execução do manejo próprio da fazenda, sem
método específico, baseado apenas na experiência prática do irrigante, os
excessos de irrigação foram de aproximadamente 30%, atribuída à falta
de conhecimento dos parâmetros técnicos e à deficiência vegetativa
devido ao condicionamento de um ambiente fitossanitário desfavorável.
Por outro lado, durante o período de atuação da empresa especializada em
gestão de irrigação, o equipamento passou por redimensionamento,
melhorando seu desempenho e os excessos caíram para perto dos 11%,
permanecendo indesejável devido à irregularidade no desenvolvimento
das plantas. No final da safra, na Fazenda JB, a média dos excessos foi de
19%, e com esse total, considerando as mesmas condições de produção,
o adicional seria de 24% em área. |
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