Abstract:
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A suinocultura tem significativa importância no cenário econômico brasileiro, o Brasil é o 4º maior produtor e exportador de carne suína mundial. Santa Catarina destaca-se como um dos principais estados produtores, tendo na suinocultura sua principal atividade econômica do agronegócio. O Sistema de Produção de Animais Confinados (SPAC’s), adotado como estratégia para suprir a crescente necessidade por proteína animal, além de aumentar a eficiência do processo, reduz os custos da produção. Entretanto, os passivos ambientais (dejeto, carcaças, restos de parição, etc.) da pratica também são maiores e especificamente localizados. Estas circunstâncias fazem dos resíduos pecuários um sério problema ambiental a ser enfrentado. Neste sentido, a digestão anaeróbia oferece a oportunidade de mitigar o problema ambiental e, ao mesmo tempo, produzir o biogás passível de ser aproveitado. Os resíduos de parto e mortalidade animal, devido aos teores de lipídios, são considerados substratos com alto potencial de produção de biogás, entretanto, sua monodigestão pode produzir compostos intermediários que podem inibir o processo. Os estudos de digestão foram conduzidos em reatores em escala de bancada, em batelada, sob condições mesofílicas (37ºC) e em triplicata. Para a carcaça da matriz de 270 kg, foram utilizadas 4,63 g de amostra, com 51,52% de SV na amostra e relação SV/ST de 94,76. Já para a carcaça do suíno na fase de creche, foram utilizadas 9,13 g de amostra, com 25,65% de SV na amostra e relação SV/ST de 91,84. Para o dejeto analisado, foram utilizadas 39,96 g de amostra, com 5,11% de SV e relação SV/ST de 80,81%. O levantamento do volume de dejeto e quantidade de resíduos gerados foi feito com base em relatórios disponibilizados pela própria granja, de janeiro de 2016 a setembro de 2018. Os resultados obtidos mostram que são gerados em média 280 m³ de dejetos suíno e 1700 kg de resíduos de mortalidade e parto, representando sérios problemas potenciais para o meio ambiente e a saúde pública quando não gerenciados da maneira correta. A caracterização das amostram e os testes de potencial bioquímico do biogás (PBB) demonstram que esses resíduos apresentam grande potencial de produção de biogás. O acréscimo na produção de biogás considerando a codigestão do dejeto com os resíduos de mortalidade e restos de parto é de aproximadamente 20% em comparação com a monodigestão do dejeto suíno. |