As práticas de leitura de pessoas com síndrome de Down: implicações para a constituição do leitor

DSpace Repository

A- A A+

As práticas de leitura de pessoas com síndrome de Down: implicações para a constituição do leitor

Show full item record

Title: As práticas de leitura de pessoas com síndrome de Down: implicações para a constituição do leitor
Author: Souza, Letícia Alves de
Abstract: Muitos trabalhos sobre Alfabetização relacionados a pessoas com síndrome de Down já foram realizados, todavia, há escassez de discussões sobre as práticas sociais de leitura e escrita dessas pessoas. O tema dessa dissertação é sobre como pessoas com síndrome de Down se inserem nas práticas sociais de leitura e escrita, e de que forma essa inserção influencia o processo de alfabetização para a constituição do leitor, tendo em consideração a impossibilidade de dissociar a discussão entre alfabetização e letramento. Objetiva-se, neste estudo,compreender as práticas sociais de letramento de pessoas com síndrome de Down alfabetizadas e discutir as implicações dessas práticas para o processo de constituição do leitor. Essa pesquisa apresenta-se de forma qualitativa enquanto estudo de caso de duas pessoas alfabetizadas com síndrome de Down. A fim de empreender uma análise acerca da leitura desses indivíduos, foram realizadas entrevistas com os mesmos, com seus familiares e professores. As duas pessoas com síndrome de Down que participaram desta pesquisa são: Sofia, 30 anos, e com o ensino médio completo, trabalha atualmente como auxiliar administrativo numa empresa. Em seu trabalho, diariamente faz uso da leitura, sobretudo a partir do manuseio de documentos, apresentando boa compreensão em sua leitura; e Pedro, 15 anos, cursa o 9º ano escolar, dentre suas atividades diárias, frequenta o atendimento educacional especializado. Na leitura, Pedro, apresenta dificuldade em abstrair conceitos e de compreensão quando não há mediação do interlocutor. Nos dois casos, as mães foram as principais responsáveis pelo incentivo na busca da alfabetização dos dois indivíduos. A análise de dados que compõe esta pesquisa aponta para a importância das práticas sociais de leitura e de escrita, como as brincadeiras em casa e na escola, a vivência lúdica com materiais escritos, a vivência familiar com a leitura, sendo estas pontos primordiais para a alfabetização dos participantes com síndrome de Down. Conclui-se que as práticas sociais de leitura e escrita vivenciadas pelos indivíduos antes da entrada na instituição de ensino e durante o processo de alfabetização foram de grande relevância para o aprendizado da leitura e da escrita. Desta forma, a partir da imersão de práticas sociais de leitura e escrita vivenciadas no contexto familiar e educacional, os dois indivíduos dessa pesquisa, resguardadas todas as suas dificuldades, constituíram-se como leitores, evidenciando que a síndrome não é definidora para a alfabetização e para o letramento, mas estas ocorrem a partir das práticas vivenciadas no meio social.Abstract: A lot of research on literacy related to people with Down syndrome has already been conducted; however, there is not much debate on these people?s social practices of reading and writing. Thus, this master thesis focuses on how people with Down syndrome are inserted in social practices of reading and writing and also how such insertion influences the initial literacy processes in the reader?s development, taking into account the impossibility of dissociating the discussion between the initial and the later processes of literacy. In this sense, the objectives of this study are to understand the social literacy practices of literate people with Down syndrome and to discuss the implications of these practices in the reader's development process. This research is a qualitative case study of two literate individuals with Down syndrome. The data collection was conducted through interviews with the participants, their relatives and teachers. Sofia, one of the participants, is 30 years old and is graduated from high school. She is currently working as an administrative assistant in a company. For her job, she makes use of reading daily, especially from the handling of documents, and she presents good reading skills. Pedro, the other participants, is 15 years old and attends the 9th year of elementary school. Among his daily activities, he also attends a specialized educational service. Concerning his reading, Pedro presents difficulty in abstracting concepts and understanding when there is no interlocutor?s mediation. In both cases, the mothers were mainly responsible for encouraging the literacy development of the individuals. The data analysis points to the importance of social practices of reading and writing, such as: playing activities at home and at school, contact with playful written materials, and family experience with reading. Such activities were primordial for the literacy development of the participants. It was concluded that the social practices of reading and writing experienced by the individuals before entering the teaching institution and during the literacy process were pivotal for their reading and writing learning. In this way, from the immersion of social practices of reading and writing experienced in the family and educational contexts, the two participants of this study, in spite of all their difficulties, constituted themselves as readers. This demonstrates that the syndrome does not define the initial and the later processes of literacy. Literacy occurs through the practices lived in the social environment.
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2017.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/186592
Date: 2017


Files in this item

Files Size Format View
PLLG0707-D.pdf 2.628Mb PDF View/Open

This item appears in the following Collection(s)

Show full item record

Search DSpace


Browse

My Account

Statistics

Compartilhar