Abstract:
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O tema de Altas Habilidades/Superdotação é desafiador para pais, mães, responsáveis, professoras/es que precisam enfrentar as ansiedades e necessidades de um grupo de estudantes onde o pensamento, a criatividade, a pesquisa, a curiosidade e tantos outros fazem parte do dia a dia dessas crianças. Nas salas de aula, encontramos estudantes que se destacam, são habilidosos, são críticos e, muitas vezes, esquecidos, ignorados e às vezes invisíveis ao olhar do professor. Diante disso, vem sendo realizado um trabalho para alunas e alunos com altas habilidades em uma escola da cidade de Joinville, Santa Catarina, na qual possui uma sala de AEE/AH/SD - Sala de Atendimento Educacional Especializado de Altas Habilidades e Superdotação, na qual doze crianças vêm sendo atendidas em dois dias da semana por duas horas em contraturno por uma professora e uma articuladora (pedagoga). O objetivo deste estudo é o de identificar as contribuições desse trabalho de inclusão de estudantes com Altas Habilidades/Superdotação realizado junto a estudantes matriculados no Ensino Fundamental. É relevante ampliar os conhecimentos sobre o tema visando contribuir para auxiliar professoras/es a identificar esses estudantes nas salas de aula e atender suas necessidades tanto nas salas especializadas como também nas salas comuns. A pesquisa foi realizada com quatro alunas e um aluno da Sala de Atendimento Educacional Especializado/Altas Habilidades/Superdotação. As informações foram obtidas por meio de entrevista semi estruturada e analisadas com base na análise de conteúdo temática proposta por Bardin (2000). Os resultados indicaram que as crianças com altas habilidades/superdotação precisam de auxílio e apoio tanto da família como da escola para o desenvolvimento de suas potencialidades. Além disso, identificou-se que a experiência de se pertencer a esse grupo social pode ser caracterizada como um processo dialético de exclusão/inclusão social perversa, uma vez que alguns estudantes sofrem com os estereótipos associados à sua condição e com as exigências de suas famílias e demais adultos (as exigências são mais presentes para as meninas). Identificou-se também que o trabalho realizado contribuiu muito para suprir as necessidades dos participantes da pesquisa, uma vez que a sala de aula comum, por seu caráter homogeneizante, não dá conta de suprir as necessidades de aprendizagem dos participantes. Nesse sentido vimos o quanto à escola precisa desconstruir muitos de seus saberes absolutos e focar em formações continuadas para seus educadores trazerem para as salas de aula práticas pedagógicas inclusivas que atendam a heterogeneidade, abrindo espaço para novos saberes. Este estudo mostra a importância de se contemplarem mudanças sociais e institucionais na reflexão sobre inclusão, de modo a garantir que tais barreiras não impeçam a plena participação dos estudantes com deficiência e/ou altas habilidades/superdotação, dando condições de igualdade na apropriação do conhecimento. |