Abstract:
|
Com o advento da Revolução Industrial, em meados do século XVIII, a dominância do consumo doméstico foi substituída pela produção em escala, sistema que permanece até a atualidade. O aumento da utilização de recursos naturais decorrente desse consumismo gerou impactos ambientais irreversíveis que, após as décadas de 60 e 70, chamou a atenção dos seres humanos, dando início, a uma crescente preocupação ambiental. A partir da década de 90 destacaram-se as iniciativas empresariais, governamentais e não governamentais buscando uma melhor relação do ser humano com o meio ambiente. Com o intuito de participar da corrente mundial em prol do desenvolvimento sustentável, as empresas têm adotado, além da responsabilidade social, os sistemas de gestão ambiental, que visam adequar suas atividades à legislação ambiental e reduzir o seu impacto sobre o meio ambiente. As práticas desenvolvidas a fim de valorizar a prevenção da poluição, em detrimento do simples controle da poluição já emitida, denominam-se práticas de Produção mais Limpa. Visando esclarecer a forma como esse processo ocorre nas organizações pesquisou-se, neste trabalho, o Laboratório de Camarões Marinhos da Universidade Federal de Santa Catarina. Este estudo engloba, portanto, características de uma pesquisa bibliográfica, documental e um estudo de caso descritivo com caráter qualitativo. A coleta dos dados ocorreu por meio de pesquisa documental, observação individual não participante e entrevistas semi-estruturadas com entrevistados escolhidos propositada e intencionalmente, embasando a análise que foi realizada com base no discurso. Os resultados demonstram que, durante o período de certificação do Sistema de Gestão Ambiental do Laboratório através da ISO 14000, diversas foram as iniciativas ambientais implementadas na organização, com foco na Produção mais Limpa. A partir do surgimento do vírus da Mancha Branca, no ano de 2005, entretanto, o responsável pelo sistema ambiental se retirou do laboratório, e as iniciativas ambientais se estagnaram, a despeito de terem sido mantidas aquelas que não representam custos adicionais à organização. Atualmente, a gestão ambiental no laboratório se encontra deficiente, sem um responsável e sem a perspectiva de inovações ou até mesmo recertificação do sistema. A ausência de participação dos gestores nas práticas de planejamento e controle ambientais durante o período de certificação, bem como a falta de apoio da UFSC, dificultam a continuação do processo |