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A presente pesquisa pretendeu compendiar a evolução histórico-política do Estado nuclear brasileiro, abrangendo desde seu momento embrionário, marcado pelos primeiros ensaios de Física Nuclear, surgidos em 1934, junto à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, até os dias atuais e analisar as conseqüências das decisões incoerentes do poder autoritário, que resultou impune e permitiu consolidar um quadro de intrincadas manobras, cujos resultados foram desastrosos à economia nacional. Através de onze capítulos, a tese (baseada em dados recolhidos até o mês de agosto de 1991) desenvolve aspectos específicos, direcionados num tríplice enfoque: 1 - Programa nuclear Civil: Surgimento do Brasil nuclear com a proliferação de institutos de pesquisa e organismos de planejamento e controle, voltados à implementação de uma política nacionalista autônoma, de um lado e de acordos atômicos altamente prejudiciais ao país, de outro, firmados com os EUA, único interlocutor nuclear brasileiro entre os anos de 1940 e 1975, o que motivou o crescimento de um tipo de política antinacionalista e dependente e que fortalecia os interesses monopolistas dos americanos. A ruptura aparente ocorreu com a assinatura do Acordo Brasil-RFA, em 23 de junho de 1975. O novo parceiro, contudo, não propiciou melhores resultados operacionais ao país. Ao contrário , estabeleceu laços de dupla dependência: Estados Unidos e Alemanha. 2 - Programa Nuclear Militar: Ao lado do fracasso do programa civil, incrementado a partir desse acordo de 1975, uma opção de custos faraônicos e transferência de tecnologia sem eficiência comercial, paralelamente, de forma secreta e com sucesso, desenvolveu-se, a partir de 1979, um programa nuclear com finalidades e responsabilidades militares, objetivando enriquecer urânio, construir tanto um reator de propulsão para um submarino como um artefato nuclear. 3 - Integração Nuclear Brasil - Argentina: Nesse contexto, a pesquisa se propôs também, a examinar o desenvolvimento do PLANO NUCLEAR ARGENTINO e o perigo de uma competição bélica entre os dois Estados vizinhos com a obtenção da bomba atômica, o que levou à necessidade de ser instrumentalizada a integração destes antigos rivais, através do compromisso de utilizar a energia nuclear exclusivamente para fins pacíficos, visando benefícios recíprocos de cooperação e estendendo-os aos demais países latino-americanos. |
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