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A Educação Física é uma disciplina que trata do corpo e suas expressões, condição presente também nas estruturas de atendimento pedagógico de crianças e jovens internados, denominada de Classe Hospitalar. Desde 2004 temos constituído intervenções sistemáticas na turma do primeiro ao quinto ano que funciona junto ao Hospital Infantil Joana de Gusmão, localizado em Florianópolis-SC. Com base nas experiências anteriores se fez necessário avançarmos nas reflexões, formular propostas e aprofundar conhecimentos teóricos e metodológicos, ou seja, avançar em relação ao que já fora feito, construir algo com maior profundidade e que fornecesse subsídios para mais bem compreender as práticas de educação do corpo em Classe Hospitalar. Neste sentido, a presente pesquisa buscou analisar uma intervenção pedagógica de ensino formal de Educação Física em Classe Hospitalar, considerando a organização dos conteúdos e alguns dos temas que tranversalizaram a prática pedagógica. Os temas Jogos e brincadeiras Tradicionais, Conhecimentos sobre o Corpo, Atividades rítmicas e Expressivas e Ginástica foram arranjados semanalmente e abordados no período de dezesseis semanas. Os dados foram coletados ao longo do planejamento, docência e avaliação das aulas que foram registradas na totalidade no diário de campo. A análise foi realizada por meio de quatro categorias que cruzaram os objetivos da pesquisa e as expressões próprias do objeto, sendo que as questões centrais que nortearam as reflexões se referem: a) às condições específicas das crianças que estão na condição de paciente, relacionando com as possibilidades de participação, segundo a saúde delas, além das principais decorrências disto no desenvolvimento das aulas; b) às dificuldades e sucessos na inserção das crianças nas aulas; c) às diferenças existentes entre as aulas na rede regular de ensino e na Classe Hospitalar, demarcadas, em grande medida, pelas seguintes questões: receio inicial por parte de alguns pais quando convidávamos as crianças para as aulas; as falas das crianças ressaltando as diferenças; a participação nas aulas na Classe de crianças que não tomam parte da experiência da Educação Física nas escolas regulares; d) às cenas de violência, provenientes da internação, do sentimento de culpa entre as crianças e familiares, ou do preconceito seja na Classe ou na rede regular de ensino. O texto finaliza com algumas considerações a respeito da formação docente, aponta os possíveis avanços e/ou recuos, tece algumas palavras acerca das questões debatidas nas categorias de análise e indica que se trata de uma organização didática legítima, na medida em que a pesquisa que ora concluímos faz avançar o processo de elaboração de estratégias de ensino de Educação Física em Classe Hospitalar. Sugere uma nova configuração de conteúdos a serem explorados no ensino de Educação Física na Classe Hospitalar, com a inclusão o Esporte. Ressalta ainda a importância de estudos que retratem o ensino da Educação Física na Classe Hospitalar, relacionado as dimensões de ensino, pesquisa e extensão. |
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