Abstract:
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Uma produção brasileira de Otelo, de William Shakespeare, dirigida por Janssen Hugo Lage, foi analisada. Dados incluindo vídeo, fotografias, texto de origem, manual de palco, críticas e entrevistas com membros da compania e da platéia, foram investigados conforme a metodologia proposta por Jay Halio e sustentada por Maria Helena Serôdio e Susan Bennett. Dada a relevância do discurso racial de Otelo para o contexto brasileiro, a análise procurou investigar como o texto Shakespeareano foi realizado na produção de Lage em relação à caracterização da personagem principal como o Outro, motivo pelo qual os conceitos de Alteridade e Raça, conforme discutidos por Edward Said e Robert Miles, foram considerados. A análise mostrou que, apesar das preocupações da compania quanto à atualização dramática e o tema do racismo, a produção continuou concordando com os estereótipos racistas há muito atrelados à peça. |